FORA DA CAIXOLA - Saber ouvir.

Ouvir o outro é um sinal de evolução. Confesso que nem sempre eu consigo da forma como deveria. Afinal, desde os primórdios, ouvimos pais, mestres e sábios nos passando tal mensagem.

Temos dois ouvidos e uma boca para aprendermos a escutar mais do que falar. Temos um universo dentro da mente e, muitas vezes, nos fechamos nele e repetimos hábitos sem a mínima ideia de como estão sendo interpretados.

Eu costumo dizer que o verbo do momento é COMPARTILHAR. E a atitude do século deve ser a EMPATIA. Se a gente se coloca no lugar do outro, ouve com o ouvido dele, procura enxergar com os olhos dele, entende melhor os motivos dele. Portanto, compartilhando significados, experiências e aprendizados podemos ser mais empáticos.

Eu vi um programa de televisão, onde um dos envolvidos, candidato a líder, perdeu a oportunidade de continuar no jogo por não ter sabido ouvir a liderada. Torço para que isso saía das telas e vá para o mundo corporativo definitivamente. Chefe não pode ter atitudes tiranas.

Todos queremos falar e, com o mundo digital, ficou mais fácil se expressar, palpitar e ser presente na vida do outro. A questão é ir até onde o outro quer que você vá. Então, nesse momento, ouvir é ainda mais difícil e trabalhoso.

Em contrapartida, já vi pessoas que quando perguntadas sobre algo original, ou seja, elas mesmas, se fecham, escondem o jogo. Aprendemos isso também: não conte nada de sua vida. Mas, nesse jogo de esconde-esconde, quem perde é fingidor, que finge que é dor a dor que deveras sente. Nós não somos poetas, como relata Fernando Pessoa.

Eu me interesso por pessoas empáticas, dispostas a ouvir, a mudar e a se questionar constantemente, a fim de abrir a caixola e tirar de lá crenças chatas e que nos trazem uma realidade muito sem cor. As pessoas de mente aberta sabem a hora de ouvir e a hora de falar. A troca é natural e tem lugar certo para isso. Se ninguém lhe pedir ou perguntar, se calam.

Eu me esforço e busco exemplos de pessoas que conseguiram esse feito para que eu possa entender como fazer. A empatia foi a primeira ferramenta que utilizei. Por ser ariana, tenho o pensamento rápido, mas a fala mais rápida ainda. Isso já me complicou muito na vida. Depois de alguns anos, comecei a observar e escolher mais as palavras. Quando tenho vontade de usar a minha verborragia, lembro do trabalho que vai dar depois.

Tem funcionado… o caminho é longo. Mas, como sempre digo, não se conclui uma redação se não começarmos com a primeira frase.