Fim do meio ambiente: o que seremos daqui para frente? Por Victoria Roza Cruz.

Mobilização global pelo clima. Esta é a pauta da vez na mídia. A ativista ambiental sueca Greta Thunberg está sacudindo o planeta com um convite irrecusável para que todos caiam na real sobre a era da escassez.

Convenhamos que essa urgência não é de hoje, desde os anos 1960 cientistas previam este momento, ou melhor, bem antes disso. Em uma das minhas aulas da pós-graduação um professor trouxe este trecho muito interessante: ‘Virá então este dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos’. O ano desta fala? 1823, de José Bonifácio, um dos precursores na defesa das florestas no Brasil.

O aumento populacional desenfreado e a produção para além do que consumimos por necessidade perderam totalmente o controle. O homem já é estudado como uma força de potência geológica, denominada como o Antropoceno. O que assusta de verdade é que pesquisas e mais pesquisas mostram que ainda que se puxe o freio de mão na poluição agora (exatamente agora!) não há mais como impedir o aquecimento da Terra.

Este aquecimento significa um monte de fenômenos, como o famoso e conhecido derretimento das geleiras, que causa o aumento do nível do mar e o possível desaparecimento de algumas cidades. Quer mais? Branqueamento dos corais, outro assunto em alta, e adivinhe só? Potencializado pelo aumento da temperatura dos oceanos. Destruir a vida marinha é uma cadeia sem fim que atingirá, em cheio, o homem que se entende como centro de tudo. Coitado.

Precisamos, de fato, nos tornarmos mais sensíveis à natureza. Sábia e lógica, ela mostra como viver em harmonia, respeitando o espaço do outro, aliás, sensível é bondade minha. Precisamos respeitá-la e aprender a viver como ela. No livro ‘A vida secreta das árvores’, o engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben escreve sobre amizade na floresta, comunidade, contribuição, resiliência e resistência. Um trecho diz assim: ‘(…) mas o bem-estar do grupo depende da comunidade e, quando os membros supostamente fracos desaparecem, os outros também saem perdendo’.

O homem precisa entender – de uma vez por todas! – que a natureza não existe para nos servir. Somos parte dela e existimos com ela e por ela.

E o que fazer? Parece pouco, parece nada demais, porém, escolha uma causa e vá fundo nela! Ainda que as pessoas a sua volta te achem um chato, um verdadeiro mala com esses assuntos ‘ecochatos’, seja você a ‘Força do Um’, como define o jornalista André Trigueiro.

Essa inquietude é o começo que faz toda a diferença. Garanto que com o tempo cada pessoa que desperta para fazer o bem cria uma rede, que tornar-se uma teia, que gera uma onda de boas ações, atitudes positivas e coerentes, que antes de qualquer transformação externa, fazem bem internamente para cada um de nós. Afinal, é muito melhor estar rodeado de otimistas protagonistas de uma nova era.

Desperte! Vamos juntos!

Victoria Roza Cruz, carioca, pós-graduanda em Meio Ambiente pela Coppe/UFRJ, jornalista e locutora na Antena 1 Rio. Idealizadora e apresentadora do programa ‘Impacta Rio’. Acredito na comunicação que move corações e mentes, que é capaz de transformar e empoderar.