ENTRE GERAÇÕES - Relações humanas pós-pandemia. Por Solange Vilella.

É um desafio falar sobre as relações pós-pandemia. Eu sou do time dos otimistas, e você? O que te conforta hoje nas relações humanas? E o que acontecerá pós-pandemia?

Acredito que no início as relações mais próximas entre amigos devem ficar mais comprometidas, no sentido de que você não poderá dar aquele abraço fraterno, o beijinho no cumprimento, que é um afago dos brasileiros, e faz parte da nossa marca registrada. Penso que a relação familiar deve se estreitar e sair mais fortalecida de tudo isso. Provavelmente, devemos levar alguns longos meses até voltar tudo ao normal.

Recomeçar é a palavra chave que dá todo o sentido para o momento que estamos vivendo. A oportunidade de rever conceitos, regras e sair do discurso para a prática.

Ser mais grato e ter um olhar mais intenso para as coisas do seu dia a dia é um dos benefícios desta quarentena pois, estamos mais focados ‘para dentro’, a enxergar mais e melhor o entorno.

Há quem diga que o medo cega, paralisa, fere e interfere em tudo que somos e nos relacionamos. A vida na pandemia segue o fluxo de suas escolhas. Se a sua escolha for o amor, a sua mente estará mais elevada, tranquila, quieta, serena e em paz. Se a escolha for pela dor, com certeza estará espalhando tristeza, incitando o ódio, disseminando o rancor, a inveja e a maledicência.

Entre escolher o amor e a dor temos a chance de ter relações humanas mais verdadeiras e, nesse aprendizado de tanta intensidade, seja teimoso, mais corajoso e não desista de aprender coisas novas.

Não há nada mais gratificante no mundo do que colaborar, ajudar o próximo. Olhar para quem está sem trabalho, ou alguém cujas necessidades básicas de alimentação estão faltando nesse momento e, poder contribuir, dividir com um pouco do que você tem, é algo transformador! Já experimentou fazer isso? É uma sensação de dever cumprido, compaixão e altruísmo.

Em suas relações pós-pandemia, seja como o velho, o idoso. Aprenda com os longevos que possuem experiência e serenidade, maturidade emocional. Mas não deixe de reaprender com o novo, com o jovem, a se guiar pela autonomia e independência.

Percebam que necessitamos concretizar elos afetivos e humanos verdadeiros para o propósito maior que é a felicidade. E felicidade em tempos de confinamento significa saúde, vida, amor, relações de confiança.

Que o ‘pós pandemia traga o ser em sua essência mais admirável, mais sensível e surpreendente. Celebrando mais acertos do que erros, e que sejamos capazes de elogiar mais, abraçar mais e inspirar! Que você aprenda a dançar a valsa da vida com mais emoção, criatividade e humanidade! Isto serve para pessoas e empresas porque uma não sobrevive sem a outra.

Valorizar o outro nunca foi tão indispensável e ‘na moda’. Curta seu pai, seu filho, sua mãe, seu marido, sua esposa, seus amigos e, sobretudo, acolha os seus avós!

Solange Vilella – Pedagoga, pós-graduada em Economia e Gestão das Relações de Trabalho pela PUC/SP, especialista e MBA em Gestão estratégica do Capital Humano, diretora do site ‘Conexão Melhor Idade’ e gerente administrativa na Convergência Comunicação Estratégica.