ENTRE GERAÇÕES - A inclusão digital dos conectados com mais de 60 anos e a melhoria de sua qualidade de vida.

Quando pensamos em qualidade de vida, e nas novas tecnologias na Melhor Idade, remetemos ao estudo da ‘Sociologia’, área das ciências humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva afirma que – hoje – 5,2 milhões de pessoas acima dos 60 acessam a internet e buscam, na plataforma, vários tipos de informações.

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a qualidade de vida do ponto de vista da Melhor Idade, além de analisar uma proposta de saúde física e mental partindo do princípio de que os desafios do mundo contemporâneo levam o indivíduo a usar cada vez mais os meios tecnológicos.

Diante do cenário crescente de doenças como a depressão, câncer, e Alzheimer, que tipo de qualidade de vida queremos para as futuras gerações? Qual a fórmula que melhor se adequaria a uma melhora na qualidade de vida da população que mais cresce, pensando em seu bem-estar físico e mental – que proporcione autonomia e equilíbrio?

‘Toda pessoa é um complexo biopsicossocial e essas potencialidades respondem simultaneamente às condições de vida’. Essa conceituação é descrita por Lipowski como o resgate de uma visão mais ampla do conceito de saúde, adotada nos anos 1980 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual define a saúde, não apenas como a ausência de doenças, mas ‘o completo bem-estar biológico, psicológico e social. Isso traduz uma visão holística do ser humano’.

Portanto, pessoas socialmente hábeis tendem a ter amplo círculo de conhecidos, dom de desenvolver afinidades. Tendem a ser mais eficazes em gerir relacionamentos porque controlam suas próprias emoções e são empáticos com sentimentos dos outros.

A tecnologia permite a possibilidade da Melhor Idade reconhecer suas habilidades inatas, resgatando o autorrespeito, além de investir na conquista da autoconfiança.

A autoconfiança nada mais é do que a sólida crença no que somos capazes de fazer, de nossas habilidades em seguir em frente assumindo desafios e enfrentando obstáculos com mais segurança. E é justamente a segurança, aliada ao autorrespeito que gera a autoestima.

Na medida em que a Melhor Idade avança, a vaidade diminui, e se passa a valorizar outros aspectos da vida tais como a família e a amizade. Isto contribui para que a tecnologia alcance o seu objetivo na tarefa de ‘humanizar as pessoas’.

O que posso afirmar é que os idosos que estão se inserindo no mundo da tecnologia utilizando os seus celulares para acessar plataformas como Facebook, Instagram e Whatsapp, conquistam mais autoconfiança, tendem a ser mais felizes, e a compartilhar suas dores e emoções. Ganham, portanto, mais qualidade de vida.

As plataformas de internet, especialmente o Facebook, atualmente cumprem o seu papel social ajudando no engajamento, servindo como voluntariado, identificando atitudes positivas de pró-atividade, união e empenho entre o público da Melhor Idade.

Por meio destas plataformas a Melhor Idade encontra grupos de estudo, grupos de caminhadas, grupos que gostam de uma alimentação saudável e também grupos de trabalho, o que ajuda a restabelecer a autoestima, resgata novas formas de convívio, novas sinapses, colaborando inclusive para que as novas doenças não avancem tão rapidamente, melhorando a qualidade de vida.

Solange Vilella é formada em Pedagogia pela Universidade Paulista (1998), pós-graduada em Economia e Gestão das Relações de Trabalho pela PUC/SP (2009) e especialista MBA em Gestão estratégica do Capital Humano (2013). É diretora do site ‘Conexão Melhor Idade’, e gerente administrativa na Convergência Comunicação Estratégica.