DNA DE MARCA - O fim do X no Brasil: no que isto afeta as marcas? Por Maria Gabriela Tosin.

No dia 31 de agosto de 2024 a rede social X, antigo Twitter, foi bloqueada para os usuários do Brasil após o CEO da empresa, Elon Musk, descumprir as normas estabelecidas no Marco Civil da Internet, uma delas em relação a obrigatoriedade da empresa ter um representante legal no país.

Depois do bloqueio, diversas discussões surgiram na internet, uma delas sobre o número de redes sociais que temos disponíveis atualmente: Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, Threads, Snapchat e muitas outras menos populares. Será que precisamos mesmo de tantas redes sociais?

Com o fim do X, muitas pessoas comentaram sobre estar sofrendo de uma certa abstinência com a falta da rede social, algumas recorreram a redes sociais semelhantes e menos populares para driblar esse problema, o que já nos mostra como nosso relacionamento com as redes sociais não é saudável e está mais relacionado a uma memória muscular do que a vontade de fato de consumir aquele conteúdo.

Outra discussão que vi poucas pessoas comentando foi em relação a como o fim do X impacta as marcas. Algumas marcas como Netflix e Burger King, por exemplo, eram bem ativas na rede social e mantinham uma relação bem próxima com seus seguidores, o que tornava a marca um pouco mais acessível e humanizada. Com o fim do X, acompanhamos também o fim dessa relação despreocupada e íntima entre marcas e seguidores, pois como cada rede social possui uma dinâmica única, tentar reproduzir essa dinâmica em outras redes sociais, com certeza, levará muito tempo e pode não funcionar.

Um dos setores que mais perde com o fim do X com certeza é a TV aberta, principalmente os reality shows. O X tornou-se a plataforma oficial para as pessoas interagirem e comentarem ao vivo o programa e agora será necessário pensar em novas formas de engajar o público que frequentava a rede social.

Essa discussão pode ir ainda mais longe: e se todas as redes sociais acabassem agora? Como sua marca faria para compreender o comportamento e a opinião do público, oferecer seus produtos e serviços? Será que ainda sabemos fazer marketing sem internet? Eu espero nunca ter que responder a nenhuma dessas perguntas, mas é sempre bom ter em mente o que pode estar nos esperando daqui para a frente.

Maria Gabriela Tosin é graduada em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), especialista em Mídias Digitais pela Universidade Positivo e Mestranda em Administração pela PUC-PR. É criadora do blog pippoca.com, host do podcast Loop Out Cast, atua como pesquisadora, é autônoma e colaboradora em diversos blogs.