DNA DE MARCA - A era das marcas disruptivas.

Há alguns anos estamos experimentando a era das empresas e marcas disruptivas, que vieram para quebrar padrões, oferecer facilidades e muito mais para os clientes. Empresas que usam a economia compartilhada – como o Uber e o Airbnb – são exemplos de negócios que quebraram padrões e nos oferecem um outro formato de serviço.

O consumidor mudou e agora a utilidade do produto e a função do serviço não são as principais razões pela qual ele consome uma marca, agora ele tem uma infinidade de opções e por conta disso as empresas precisam saber como se diferenciar e ser relevantes no meio de tantas opções.

O efeito disruptivo chegou de vez no universo da moda e as marcas de luxo foram as responsáveis por isso. Nas últimas semanas um tênis com aparência de destruído lançado pela Balenciaga chamou a atenção da internet – que ficou chocada com o preço do produto: R$ 9.200,00 o modelo cano alto e R$ 2.000,00 o modelo mule. A pergunta que surgiu foi: quem pagaria um valor tão alto para ter um tênis com aparência de sujo e destruído? E a resposta pode estar nesse formato de empresas disruptivas.

Ao analisar o público que consome marcas de luxo você pode concluir que o valor utilitário dos produtos é o que menos importa, o valor hedônico é o principal benefício buscado por consumidores de marcas de luxo e, por isso, as empresas precisam oferecer muito mais do que apenas um tênis – um conceito atrelado a ele é uma boa opção. A Balenciaga explicou que o conceito do tênis é inspirado na “natureza morta” e sugere que o tênis Paris deve ser usado por toda a vida, um ponto que parece especialmente relevante em meio a crescente conversa sobre a indústria da fast fashion e o impacto do consumo excessivo no planeta.

O tênis foi desenvolvido por Demna Gvsalia, conhecido por seu talento disruptivo, diretor criativo da Balenciaga- que já tinha lançado outros designs que causaram desconforto no público. Em 2017, a marca lançou uma bolsa que custava U$ 2.145 – a qual foi ridicularizada por sua semelhança com a bolsa “Frakta”, da Ikea. Na época, a bolsa original da Ikea podia ser comprada por 99 centavos.

Apesar das críticas e do espanto por parte da internet, não podemos negar que a marca de luxo está ligada nas tendências e no que seu potencial consumidor gostaria de ver nas vitrines. Além disso, a empresa está sempre chamando a atenção de todos e ganhando muita mídia espontânea por conta de seu pensamento disruptivo. Futuramente novas marcas e ideias disruptivas surgirão e logo se tornarão comuns para a maioria do público, mas por enquanto apenas algumas empresas têm uma visão ampla de como o pensamento disruptivo pode ser valioso.

Maria Gabriela Tosin é graduada em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e especialista em Mídias Digitais pela Universidade Positivo e Mestranda em Administração na PUC-PR. É criadora do blog pippoca.com, atua como pesquisadora, é autônoma e colaboradora em diversos blogs.