Em um mundo onde a publicidade e propaganda permeiam todos os espaços, tanto online e offline, como podemos lidar com o consumo excessivo e promover alternativas sustentáveis? Os “desinfluenciadores”, como são chamados, geralmente pertencem à Geração Z, e compartilham uma preocupação genuína com o consumo excessivo e o combate ao desperdício.
Esses jovens compreendem o impacto negativo do consumo desenfreado na sociedade e no meio ambiente. Por isso, buscam produzir conteúdo autêntico e consciente, mantendo a transparência com seus seguidores. Além disso, incentivam o consumo com propósito e revelam a realidade por trás das câmeras.
Muitos desinfluenciadores adotam o formato de video-review para analisar a real necessidade de adquirir um produto, sem levar em conta o hype e suas funcionalidades superficiais. Ademais, apresentam alternativas semelhantes aos produtos do vídeo como uma alternativa mais acessível ao amplo público.
Assim como os influenciadores tradicionais, os desinfluenciadores atuam em diversos segmentos, tais como maternidade, decoração, cuidados com a casa, maquiagem, skin care, entre outros. Isso demonstra que o consumo consciente pode ser aplicado em qualquer nicho, visando uma melhor qualidade de vida, inclusive financeira.
Outro ponto importante é o crescimento das compras online, impulsionado pela comodidade do e-commerce. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro deve atingir R$ 224,7 bilhões em faturamento em 2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.
Mas o que esses dados realmente significam?
Eles evidenciam a facilidade com que as pessoas realizam compras impulsivas, motivadas pela simples experiência de adquirir algo e receber em casa, mesmo sem necessidade. Esse comportamento resulta em consumo excessivo, impulsionado por diversão ou compulsão.
O movimento de “desinfluenciar” visa conscientizar os jovens sobre o consumo excessivo e a importância de compras com propósito, combatendo um mal que assola a vida financeira de muitos. Desinfluenciar não se resume a um movimento anticapitalista, mas sim uma forma de pensar a longo prazo em sustentabilidade e alternativas a uma reflexão sobre sustentabilidade e alternativas de consumo a longo prazo, incentivando hábitos de consumo conscientes e promovendo a autenticidade.
No cenário atual de alta conectividade, a atenção do consumidor tornou-se o bem mais precioso para as marcas. Em meio a um mar de opções, a disputa no mercado é silenciosa porém preocupante. As marcas não estão medindo esforços e estratégias para capturar cada segundo da sua atenção.
Marketing de influência, conteúdos assertivos que exploram as dores do consumidor e apresentam soluções, publicidades envolventes, preços atrativos, e outras ferramentas de marketing, são utilizadas para atingir esse objetivo.
A única forma de se proteger desse bombardeio é refletir sobre os seus hábitos de consumo. Através do consumo consciente e com propósito, da busca por alternativas e do autoconhecimento, é possível sobreviver nesse ambiente hiperconectado.
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Nathália Meireles é especialista em Marketing Digital, com foco em conteúdo direcionado para as áreas de Transformação Digital, Inovação e Marketing. Graduada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), cursa pós-graduação em Marketing Digital e Transformações Empresariais na Universidade Cruzeiro do Sul. Acredita que a escrita tem o propósito de estimular a geração de insights valiosos e contribuir para a sociedade. Além disso, é a mente por trás do blog Dig. Insights Hub, em que atua como criadora e escritora.