Na maioria das vezes, quando um desânimo quer se instalar em mim, lembro da música do Engenheiros do Hawaii, que diz, “não vim até aqui para desistir agora, então, levanto a cabeça e sigo”. Digo na maioria das vezes, pois estou neste processo de autoconhecimento, onde a gente precisa acordar, mesmo percebendo que não está nem cochilando.
A maturidade tem disto. Se permitir! Como registrou certa vez a atriz e escritora Bruna Lombardi, às vezes é só um mau pedaço de um bom caminho! Entender e confiar nos processos exige não só resiliência, mas a necessidade de ressignificar os ciclos. É lidar com a vida e com tudo que chega e com tudo que vai.
Não é focar somente no que acontece ou deixa de acontecer, mas em como isso impacta nossa vida, em como assimilo ou repudio os acontecimentos. É aceitar que não temos o domínio dos fatos. Eles chegam, às vezes para nos alegrar, outras para bagunçar de fato. Então a natureza me ensina que depois da chuva vem o arco-íris. Que a vida é equilíbrio entre persistir, com todas as forças, e deixar seguir no seu fluxo. Se não for para acrescentar, porque ficar, não é mesmo?
Quando entendemos que o sentido da vida é para a frente passamos a aceitar os desígnios já traçados, de coração aberto, sem mais porquês, sem falsas teorias. Então me apoio nesta pérola da escritora e jornalista Clarice Lispector e concluo: “eu tenho medos bobos e coragens absurdas”. Bem assim!
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Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.