DESENVOLVIMENTO HUMANO NAS EMPRESAS - Tecnologia X Trabalho. Por Deborah Leite.

Em tempos de tecnologia avançada e com projeções de se avançar num ritmo cada vez mais acelerado, o que nos resta em termos trabalho?

Já pensou nisso? Muito se fala que o trabalho como conhecemos hoje sofrerá mudanças estruturais. Alguns autores afirmam que muitas profissões tendem a desaparecer em dez anos. Sim, é pouco tempo, mas o ritmo das mudanças tem acelerado e essa é a tendência.

Os robôs vão ‘roubar’ nossos empregos? Sim, assim como foi na revolução industrial, quando as máquinas tiraram os empregos dos artesãos. Não há mais como negar que estamos no meio de uma transição de Era, na qual vivemos, cada vez mais, num mundo cheio de incertezas e muitas novidades.

Existem autores pessimistas, mas eu, otimista por natureza, por convicção e esforço (há de se esforçar e muito para ser otimista); acredito que esta revolução nos trará mais tempo para sermos livres e desenvolvermos nossas capacidades inatas. Como isto se dará, só estando vivo para ver e viver.

O ponto é que as organizações estão se dando conta de que não são constituídas por seus balanços financeiros, mas sim pelo conhecimento, motivação, valores e emoção de todas as pessoas que estão por trás desses balanços, tal como afirmaram Zohar e Marshal (2006).

Mas ainda não está muito claro o que fazer e como lidar com as pessoas neste cenário atual. Considerando que algumas das profissões que tendem a desaparecer, talvez muitos de nós não tenham sequer imaginado ser possível viver sem elas, no que devemos focar? Desenvolver novas competências? Nos conhecer melhor? Estudar novos temas? Fazer outra faculdade? Como educar nossos filhos para este futuro que ao mesmo tempo já chegou e ainda vai chegar?

Imagine o mundo sem pilotos de avião, anestesistas, analistas de Investimento, contadores e auditores, repórteres e jornalistas ou assistentes jurídicos. Isso é o que se espera ter até 2030 (Fonte: Exame – https://exame.abril.com.br/carreira/estas-profissoes-podem-acabar-ate-2030-ao-menos-para-os-humanos/).

Pois, todas as profissões citadas podem ser substituídas pela automação e uso da inteligência artificial. Pode demorar um pouco mais ou pouco menos, mas é fato que têm seus dias contados.

Volto de novo à pergunta inicial: – Você já pensou nisso? Está se preparando para esta mudança?

Me parece haver um certo nervosismo, tanto nas empresas, quanto nas pessoas, em relação a este tema, o que tem deixado a ambos num estado de inquietação e o pior, tem afetado o tão desejado lucro nas empresas e a saúde nas pessoas.

Segundo pesquisa realizada pelo Gallup, parte do sucesso ou declínio das empresas se deve ao engajamento das pessoas, a começar pelos líderes. De acordo com os números do Instituto, apenas 13% da força de trabalho se encontram altamente engajados. Traduzindo em números, esses dados apontam um prejuízo anual de bilhões de dólares para as empresas brasileiras e americanas; nos EUA as perdas são na ordem de US$ 300 bilhões anuais, e, no Brasil, US$ 42 bilhões anuais.

É claro que quando se mexe no bolso, imediatamente se acende o sinal de alerta. E é sobre isso que desejo começar a explorar com vocês, nos próximos artigos. Como podemos nos preparar para os próximos anos? O que é possível fazer agora para evitar o pior no futuro? O que é ser, ser-humano? Estamos usando as nossas maiores capacidades? O que somente nós temos e que as máquinas jamais terão? Quais são as profissões que teremos no futuro? O que faremos enquanto as máquinas estiverem trabalhando por nós?

Mais do que respostas, vamos juntos formar perguntas? São elas que movem o mundo, não as respostas.

Como podemos ser úteis nesse novo mundo que está aqui e agora entre nós?

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Deborah Leite é graduada em Jornalismo e Propaganda, pós-graduada em Marketing (UGF) e Gestão Empresarial (UERJ), e mestre em Marketing de Serviços (Université Rabelais Tours). Profissional de extensa experiência em organizações de grande porte, apaixonada por gente – partiu para uma carreira de consultoria voltada ao desenvolvimento de pessoas.