DESENVOLVIMENTO HUMANO NAS EMPRESAS - A cegueira das empresas e dos profissionais. Por Deborah Leite.

Tantas coisas mudaram. A tecnologia mudou nossa forma de se relacionar, de se movimentar, de trabalhar e até de namorar, mas ainda não conseguiu mudar o nosso interior, a nossa consciência. Caminhando a passos largos na mudança tecnológica, quando olhamos para o indivíduo e as sociedades, muitas vezes duvidamos se estamos mesmo evoluindo.

Eu, pelo menos, muitas vezes me pergunto: estamos caminhando para frente ou para trás?

Otimista por natureza, minha tendência é sempre achar que estamos indo para frente, ainda que entenda haver um abismo entre a velocidade da mudança em relação à tecnologia e o despertar da consciência. Segundo físicos quânticos, à luz da consciência, precisamos alcançar uma massa crítica para conseguirmos fazer a mudança.
Mas que mudanças seriam essas? De maneira macro, seria ver um mundo sem matança. E, para isso, teríamos que nos tornar vegetarianos ou veganos. Interessante, por que quando olhamos para o mercado de alimentos, já podemos ver que a oferta desses produtos está crescendo bastante. Experimentei um hambúrguer de planta que jurava ser uma picanha maravilhosa. Surpreendente! Ah, sim, quando falamos de um mundo sem matança, a premissa é não matarmo-nos uns aos outros, é claro!

Por esta perspectiva também podemos ver, ao redor do planeta, muitas iniciativas em prol da paz. Muitos movimentos em defesa da vida por caminhos filosóficos, terapêuticos e espirituais que agem no sentido de manter e disseminar a paz entre os povos e as pessoas. Dentro das empresas, vemos os movimentos de inclusão e aceitação das diferenças. Sejam elas étnicas, religiosas ou de gênero. Percebo que isso mostra que as empresas estão valorizando as diferenças, ao invés de discriminá-las. Sou de um tempo em que tínhamos que caber em caixinhas pré-estabelecidas. E olha que só tenho 51 anos. Não podia isso, aquilo, não podia ter tatuagem, tinha que se vestir assim ou assado e via-se poucos negros e poucos – muito poucos – gays no ambiente corporativo. Hoje, cada vez mais, as empresas estão se liberando desses padrões e as regras são outras, menos rígidas e que valorizam o indivíduo. Claro que não são todas, mas as poucas que já o fazem, estimulam a mudança até de multinacionais. Tudo isso para oferecer um ambiente que favoreça a produtividade e a criatividade.

E é neste ponto que entra a cegueira. Pois, continuamos investindo em algo que está do lado de fora para termos resultados diferentes dentro da gente. Com isso, nos iludimos e não olhamos para o que de fato precisa ser olhado. E quando se vê, passaram 50/60/70 anos de vida. E com os anos, as perguntas: O que fiz da minha vida? Qual o sentido disso tudo? O que preciso ver, que não estou vendo, mas que se eu visse, mudaria todo o meu contexto?

Vamos caminhando pensando em atender expectativas alheias: da família, do chefe, do namorado, e esquecemos de olhar para quem mais importa: nós mesmos! Tire a venda dos seus olhos e parta para a realização daquilo que veio fazer aqui. Desperte a sua consciência para o seu acordar, o seu potencial, para aquilo que somente você pode entregar e que é o que você veio fazer por aqui. Fazer a diferença é isso! Despertar a consciência é isso! Escolha o caminho que servir melhor p’ra você, mas não deixe que a cegueira te pare. Quando você resolver acordar pode ser tarde demais e, aí, o que de fato restará é o arrependimento de não ter sido você! Ser você, muda o mudo. Levanta e vai!

Sobre Deborah Leite: MsC em Marketing de Serviços, terapeuta, facilitadora de desenvolvimento humano, escritora e palestrante. Autora do livro ‘Histórias que inspiram’, obra com depoimentos inspiradores, à venda na Amazon. Atuou por 30 anos no mercado corporativo, nas áreas de Treinamento, Comunicação & Marketing, e Gestão de Projetos – em empresas nacionais e internacionais. Como consultora, palestrante e terapeuta já atendeu empresas como Grupo Trigo, Celular Station, TV Globo, Santa Colomba, Ingresso.com e Fresenius.