COMUNICAR É PRECISO - Saúde! Por uma comunicação mais empática.

A comunicação pode ser a chave para uma medicina mais humana

No último dia 18, celebramos o dia do médico, em meio a discussões sobre o desenvolvimento da inteligência artificial e o futuro da área de saúde.

Pacotes de software de análises de dados, nanorrobôs, escâneres de alta definição, apps de fácil disseminação e braços robóticos com precisão abrem um cenário de novas possibilidades para diagnósticos, intervenções e monitoramento de tratamentos médicos. No entanto, convivem com realidades de distanciamento dos profissionais da saúde dos pacientes.

Segundo foi apontado no ‘Estadão Summit Saúde 2019’, enquanto o paciente espera ser ouvido e tocado, o médico preenche o prontuário, pede exames, por vezes nem olha para seu cliente e fala pouco. Não é raro, após um atendimento médico, a pessoa buscar opiniões de colegas, familiares e na internet sobre o que os termos rebuscados significam e se o tratamento prescrito, de fato, é o mais indicado. O que dizer, ainda nos dias de hoje, das receitas com letras ilegíveis, passíveis de interpretações errôneas?

A medicina está passando por uma crise de credibilidade sim, mas, na minha humilde opinião, muito menos pelo avanço tecnológico e muito mais por criar muros em vez de pontes com os pacientes.

Claro que são os profissionais de saúde, que estudam a vida inteira, que detêm o conhecimento necessário para analisar os contextos e sintomas e propor formas de alívio para as dores e eliminação das doenças. No entanto, enquanto o médico humano se isola a relação fica robotizada, e consequentemente, a confiança se esvai.

O profissional de saúde que não dá atenção a quem se consulta com ele, não escuta e não explica na linguagem do público, se assemelha a um pároco que realiza a missa em Latim. O ouvinte até pressupõe que ele está certo, mas, por não entender, busca fontes alternativas, que podem ser até danosas para sua compreensão.

Faz a diferença e terá sempre seu consultório cheio o profissional de saúde que unir seu conhecimento técnico à capacidade de desenvolver a empatia e a comunicação não violenta, clara e acolhedora com seus pacientes.

Fernanda Galheigo é jornalista com foco em comunicação interna e fortalecimento da liderança. Mãe de gêmeos, é apaixonada pela comunicação como forma de cura, ferramenta de gestão e de qualidade de vida.