COMUNICAR É PRECISO - Quando o bastidor rouba a cena.

Qual a diferença de um colega, uma mãe, uma criança ou um chefe se comunicar com um grupo de adultos com o qual tem algo em comum?

Por mais absurda que pareça a questão, talvez ela abra novas possibilidades para o entendimento da proporcionalidade da responsabilidade e da representatividade de quem se coloca como emissor de uma mensagem a um público.

Qualquer um dos personagens acima, enquanto agentes que iniciam um processo de comunicação precisam buscar utilizar os recursos de que dispõem para transmitir a mensagem que desejam de forma que a audiência compreenda o mais próximo do sentido que gostaria de compartilhar.

Algumas vezes, as palavras não serão suficientes e será preciso tomar pela mão, mostrar ou demonstrar, fazer metáforas, dar exemplos, explicar os motivadores, deixar claro o que se pretende, retomar o mais importante novamente para buscar a retenção do público e, até, reavaliar a adequação do fórum em questão para o que se quer dizer.

No entanto, o dito terá a mesma dimensão para quem escuta a despeito de quem fala? O quanto a mensagem vai impactá-lo? Qual liberdade o público terá de dar uma desculpa e interromper a comunicação ou reagir a ela de forma franca? Qual a responsabilidade envolvida em buscar entender a mensagem e agir conforme as orientações recebidas? O quanto o escutar será empático, afetuoso, distraído ou reativo?

Os líderes não podem esquecer o que representam quando se comunicam. O próprio ato comunicativo já tem suas relações de poder (Freud explica… ) e o líder ainda traz consigo a narrativa e o posicionamento da sua organização. Afinal, como disse Stan Lee para Peter Parker: ‘com grandes poderes vêm grandes responsabilidades’. No entanto, poder também é ter a possibilidade de gerir os recursos necessários para se conseguir algo. A um líder também cabe tal gestão.

Ainda que ele ou ela tenha informações de bastidores que não possa compartilhar, precisa deixar claro, na sua comunicação com a equipe, quando seu ponto de vista difere dos demais por algo que está além das cartas sobre a mesa para que o diálogo possa permanecer no nível técnico da troca de ideias, no qual o contraditório é respeitado e que se possa diferenciar decisões de percepções.

Quando o bastidor toma a cena o público se sente na peça errada.