COMUNICANDO NO TERCEIRO SETOR - Admirável mundo cego: sua realidade é inclusiva?

Hoje, peço licença aos leitores para que, juntos, busquemos em cada um de nós a resposta a uma reflexão extremamente relevante e atual, entretanto muito esquecida: olhamos para os lados? Ou, sugados pelas próprias dificuldades e necessidades, notamos só aquilo e aqueles que estão próximos?

Para alguns pensadores, há tantas realidades quantas consciências distintas, porém ouso apontar que há também um plano de fundo, no caso a realidade social, ou ‘melhor dizendo’, existem combinações de diversas realidades sociais capazes de agregar em um único planeta, ou até em uma única cidade, poucas pessoas com acessos ilimitados a bens, serviços e estruturas e muitas vivendo apenas os projetos – ou rascunhos – dos ideais: o que seria o ideal de habitação, de saúde, de educação e de tantos outros aspectos inerentes à dignidade humana.

Há privilegiados e rejeitados. Qual grupo você integra? Tudo que conquistou veio de onde e por quais meios? Quais são as origens materiais e imateriais daquilo que alcançou? A sobrevivência exige mais de uns do que de outros. O que você está olhando enquanto tanta coisa acontece e piora?

Se você está lendo isto de um computador ou celular já é um privilegiado, pois em uma sociedade na qual nenhum direito é realmente garantido, cada bem é um privilégio. Coisas que podem parecer normais podem ser privilégios: teto, alimentos, vestimentas, transporte, família, água, espaço individual… É um espaço-tempo de dicotomias.

Reflita uma, duas, três vezes, quantas forem necessárias. Pense toda a sua vida sobre as estruturas do seu local de fala, ou da falta dele. Este texto não tem conclusão, o fim deixo para os leitores do outro lado da tela. Que fim você deseja escrever para si e para os outros?

Imagem: é assim, cega mesmo.

Larissa Maschio é jornalista formada pela UNESP e pós-graduada em Gestão da Comunicação Integrada pelo SENAC-SP. Desde 2012 no mercado de trabalho, já atuou nas áreas de comunicação e marketing da Fundação Abrinq, GRAACC, Sicoob Santa e dois hospitais filantrópicos; Sepaco e Stella Maris.