Nenhuma campanha de marketing consegue ser bem sucedida sem uma boa comunicação. Ela é a base de qualquer ação – de pequeno ou de grande impacto. O gesto na campanha, a música, as cores escolhidas, o lugar onde a ação acontece, tudo comunica!
Tem quem pense que a comunicação é apenas um conteúdo, uma conversa, uma negociação, quando, na verdade, ela é mais… trata-se de uma conexão, com o público, com o consumidor de um produto, seja de pó de café ou de um livro. No universo da literatura, aliás, essa conexão é ainda mais complexa e desafiadora.
Da legenda do post ao contato com o jornalista, da criação do evento ao influenciador que fala sobre um lançamento editorial, da ideia disruptiva ao display na livraria, do banner virtual aos conteúdos extras, tudo se conecta com a comunicação e precisa dela. OK, isso vale para qualquer produto, porém, quando se fala em mercado editorial, pense que cada livro tem seu público, seu gênero, suas especificidades. Então, a comunicação (e qualquer trabalho de marketing) deve ser única e personalizada: não há fórmulas, o que vale para um título pode não funcionar para outro. Cada ação e cada comunicação devem ter portanto seu próprio viés, com o mesmo propósito (e não necessariamente o mesmo destino): chegar ao leitor, ao livreiro, ao marketplace, aos pontos de venda alternativos, aos festivais literários.
Para ser eficaz e conectar, a comunicação de um livro deve mostrar porque ele é interessante, o que ele pode agregar de novos conhecimentos e inspirações, e deve não apenas alcançar determinada faixa de leitores, mas abraçar o propósito de ampliar a base leitora e fomentar o mercado. É uma tarefa inspiradora – e árdua na prática. São muitos livros por mês, de diferentes gêneros e públicos, são muitas histórias a serem contadas! Para quem ainda tem dúvida, isso é comunicação.
Ainda me pergunto: se temos certeza sobre o papel estratégico da comunicação no mercado editorial (cá para nós, como em todos os segmentos), por que ela ainda não tem a prioridade nas mesas dos gestores? E por que muita gente ainda acha que qualquer pessoa pode fazer uma comunicação bem-feita? Se esta última colocação fosse verdade, não veríamos diversos tropeços por aí em declarações, campanhas, e abalos em reputações. Diana Passy, importante profissional do livro, curadora da Bienal do Livro de São Paulo, escreveu em uma de suas newsletters: “A arte do marketing editorial é a dificuldade de fazer um oceano de livros chegar a cada leitor certo sem a ajuda de magia”.
Em comunicação também não há magia, há estratégia, planejamento e construção frequente de conexões.
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Carolina Bessa é jornalista graduada pela Cásper Líbero, especialista em Marketing e Comunicação para o mercado editorial e Educação. Atuou em editoras como Gente, Grupo Editorial Pensamento e Companhia das Letras, além de agências como Inpress Porter Novelli e Ogilvy. Colabora com players do mercado de livros nas áreas de comunicação e conteúdo.