Comunicação interna: estratégia em meio a uma pandemia. Por Aline Bensi.

Como iríamos imaginar que o ano de 2020 começaria assim: uma pandemia que veio para nos transformar? E mudar tudo aquilo que já havíamos delimitado como verdade? Reorganizar como havíamos planejado os nossos próximos anos de vida? Modificar o nosso jeito de se relacionar? Nos dias atuais e nas próximas semanas ainda estaremos no meio do caos, o que dificulta para enxergamos o que vem pela frente. Apesar da sensação de ‘o mundo vai acabar’, o mundo não acabará… novamente, e teremos que nos reinventar com as consequências que o coronavírus ainda deixará.

A Covid-19 pegou todos de surpresa, afinal, todo conhecimento sobre o coronavírus veio diante do seu avanço, com as equipes de saúde acompanhando o desenvolvimento do contágio, dia após dia, mais contaminados e o número de mortos aumentando. E como parar tudo isso? A informação como estratégia de sobrevivência, afinal, as medidas que deveriam ser tomadas pela população passaram a ser divulgadas por todos os tipos de canais/mídias de comunicação.

Em meio à pandemia, as equipes de comunicação interna recebem grandes desafios: informar, engajar, encorajar/motivar os colaboradores em meio as situações de crise, independente de quais sejam elas, motivadas por paralisações no funcionamento ou não. Em tempos de fake news, como podemos conferir de perto nas redes sociais, comunicar se torna um trabalho dobrado: informar o que é necessário fazer e o que ensinaram de errado nas mídias, ou seja, alertar daquilo que não deve ser feito. As pessoas ficam confusas ao receber essa quantidade de informação.

É nesse cenário que a comunicação interna faz toda a diferença. Uma empresa com canais oficiais de CI engajados com o público e alinhados às ações de saúde e bem-estar, fornece confiança e esperança que os colaboradores precisam nesse momento. Informação correta, coerente com a realidade, conscientização de prevenção etc., é fundamental em um momento tão crítico para a sociedade.

Esse são os benefícios os quais podemos mensurar, porém, se refletirmos a respeito com mais profundidade, nós, comunicadores, somos a linha de frente da informação e podemos também salvar vidas, sim! Uma informação de conscientização que é levada para a casa, repassada aos familiares, os quais passam a seguir corretamente as orientações, pode evitar, por exemplo, que um idoso de uma determinada família saia de casa nesse momento. Vejo a minha avó como exemplo; por mais que ela tenha acesso a informação, ela sempre comenta que, ao assistir os noticiários, acaba se confundindo um pouco com tanta informação contraditória. Cabe a nós, na família, orientá-la para que possa compreender melhor, principalmente a importância da prevenção.

E nós, profissionais de comunicação interna, desempenhamos esse papel não apenas nas empresas, mas na vida de muitas famílias: comunicar de forma clara, objetiva e direta, com uma linguagem simples, para que todos compreendam e levem a informação para aqueles que amam. Manter esse diálogo é fundamental para criar e sustentar laços.

Mas não paramos por aqui: as ações não se fixam apenas na conscientização, mas nas ações de engajar, motivar e promover um diálogo com conexão e afeto. Acompanhando nossos colegas de profissão, analisei muitos exemplos de ações e materiais, principalmente com custo baixo de produção, mas com um alto nível de engajamento das equipes. Entre elas, um vídeo viralizou nas redes sociais, com uma montagem das filmagens das equipes de varejo que continuam indo para a rua, trabalhando, com um agradecimento, elaborado em app de edição de vídeo gratuito. Rápido, simples, barato e emocionante. É uma questão de reconhecimento dos esforços, saudação aos que estão se esforçando para que os alimentos continuem chegando aos lares de todos.

Fazer comunicação interna em tempos de crise realmente é muito desafiador, mas ouvir nos corredores os comentários sobre os materiais publicados, sentir o clima organizacional melhorando, ver de perto a mudança e a confiança nos rostos não tem preço. A sensação é de que o dever vem sendo cumprido. Aqui, fica a minha singela homenagem a todos os profissionais de comunicação interna que vêm se esforçando para manter a mente em equilíbrio em meio à crise para levar informação ao nosso principal público: o interno.

Abraços,

Aline Bensi.

Aline Bensi, por ela mesma: conectando com amor – a comunicação pelos olhos de uma jovem jornalista. 25 anos. Ex-dançarina. Um dia já foi aspirante a atriz. Ama o que faz: comunicação interna. Sem medo do voo, pulou de paraquedas e encontrou o seu lugar.