Refletir e escrever contribuindo com o Observatório da Comunicação Institucional são motivos de muita honra e agradecimento pelo convite e olhar gentil de seu cofundador e diretor-presidente, Manoel Marcondes Neto.
E é exatamente isso que também me traz certa angústia e preocupação sobre quais reflexões compartilhar para contribuir e aprofundar o diálogo sobre a comunicação das organizações em nosso país.
Já estive por aqui antes, mas, infelizmente, em um período que coincidiu com a pandemia de Covid-19 e em que não foi possível conciliar a agenda de uma produção qualificada de textos com as atividades corporativas na área de Comunicação de uma multinacional farmacêutica que estava disponibilizando uma das vacinas no Brasil.
Trago esse tema porque refletindo sobre o que abordar nesse primeiro texto, considerei o quanto a rotina intensa, lidando com temas complexos muitas vezes com alto grau de riscos de exposição para as companhias em que trabalhamos, o quanto nos sobra para aprofundar nossas reflexões sobre a profissão, sobre o nosso mercado e, mais do que isso, sobre o nosso papel na sociedade.
Parto da premissa presente na Declaração de Propósito do O.C.I. sobre a missão da Comunicação Institucional: “Consideramos que uma comunicação institucional imparcial, íntegra e honesta – por parte das organizações de Estado, das empresas privadas, entidades do Terceiro Setor, e de personalidades públicas – é um direito humano fundamental e um bem imaterial de interesse público”.
Tal propósito me move há mais de quinze anos, quando escolhi a área de Comunicação Social – e o Jornalismo em particular – como profissão: servir ao interesse público por meio de informação qualificada. Ao construir minha carreira em instituições privadas com fins lucrativos nunca senti oposição entre esse valor e meu trabalho.
Ao contrário, comunicar com clareza e transparência os interesses que represento fortalece relações éticas com jornalistas, entidades setoriais, autoridades e demais públicos de interesse. Enquanto isso, estar inserida em estruturas empresariais robustas permite-me contribuir para alavancar temas de interesse público que combinam com os da organização, seu propósito e o fortalecimento de sua reputação.
Em Saúde, então, isto se torna ainda mais evidente e necessário. Atuar nesse setor me oferece a oportunidade de fortalecer discussões sobre conscientização em relação a sintomas de doenças, quais cuidados adotar e profissionais buscar, ajudando a desmistificar informações erradas que colocam vidas em risco, colaborando, ainda, para fomentar o debate sobre políticas públicas de acesso a tratamentos.
Este é um trabalho que me energiza todos os dias e me move a dedicar tempo – mesmo em meio a intensa e complexa rotina – à reflexão sobre como aprimorá-lo e garantir que sigo e seguirei com uma atuação ética dedicada a preservar esse, de novo, “direito humano fundamental e bem imaterial de interesse público”.
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Imagem: Meta AI.
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Danielle Ogeda possui 15 anos de experiência em Comunicação Corporativa, com trajetória profissional marcada pela liderança de equipes de alto desempenho e pelo desenvolvimento de estratégias de comunicação em empresas de bens de consumo e saúde, com habilidade em lidar com diferentes audiências, incluindo funcionários, jornalistas, autoridades e criadores de conteúdo digital. Sua vivência abrange a gestão de projetos focados em engajamento e cultura organizacional, posicionamento de liderança, gestão da mudança, implementação de novos processos de comunicação externa, interna e digital, além de gestão e prevenção de crises de imagem e mitigação de riscos reputacionais, buscando, em cada projeto, criar uma narrativa coesa que alinha objetivos empresariais com as expectativas dos stakeholders. Seus conhecimentos também foram colocados em prática para mobilizar e engajar ONGs voltadas à equidade de gênero, educação e saúde materna, conseguindo, nessas iniciativas, gerar impacto positivo e visibilidade para causas sociais importantes a fim de fortalecer a presença e a mensagem dessas organizações. IMPORTANTE: as opiniões e visões expressadas nessa página são exclusivamente minhas e não refletem necessariamente a opinião do meu empregador.