COMPLIANCE PARA TODOS: – Opa! E a faixa etária de seus colaboradores? Por Rosana Ribeiro.

Porque “Compliance para todos”.

Como muitas vezes o que é obvio para uns não é obvio para outros, é sempre bom expressar nossa opinião, não no sentido de impor uma verdade absoluta, mas para compartilhar conhecimento e, assim, para que cada um possa ter seu discernimento.

Esta coluna tem por objetivo trazer temas sobre compliance com textos contendo menos rigor formal, apresentando algumas definições de forma sucinta e objetiva, para facilitar a compreensão, inclusive de quem não conhece alguns termos técnicos, e mostrando que – de fato – compliance é para todos.

A princípio teremos duas publicações mensais, sendo uma na primeira e a outra na segunda quinzena de cada mês, tendo como objetivo central desmistificar, por exemplo, que compliance “é só para grandes corporações” – mas isso não nos impedirá de falar do compliance com ferramentas e equipes robustas para que possamos nos inspirar e melhorar sempre.

O tema compliance é vasto, então não vai faltar assunto, porque dependendo de fatores como tamanho da empresa, tipo de negócio, apetite de risco, saúde financeira, complexidade, estrutura, dores que a afligem naquele momento, entre outros, o compliance toma um formato diferente, podendo absorver a gestão de programas como da LGPD e de ESG. Já em outros casos, podendo trabalhar apenas em parceria com a equipe responsável por cada uma delas. Resumindo: compliance se molda a cada empresa cuidando de riscos operacionais, riscos reputacionais e riscos de conformidade, tanto conformidade externa (em relação a normas legais), quanto conformidade interna, ou seja, adequação às políticas internas da própria empresa.

Mas antes de falarmos um pouco mais de compliance, quero aproveitar a oportunidade para reiterar meu agradecimento pelo convite do Prof. Manoel Marcondes Neto para fazer parte da equipe do Observatório da Comunicação Institucional, dizer que me sinto honrada e que venho com o intuito de somar, trocar experiências e, sobretudo, aprender.

– Opa! E a faixa etária de seus colaboradores? Como assim?

As empresas já estão cheias de desafios (problemas), e a função do compliance será resolver esses desafios e não ser mais um deles. Por isso é necessário fazer o compliance olhando para o negócio da empresa, entendendo as obrigações e os riscos envolvidos naquela operação, conhecer sua cadeia de fornecedores e parceiros, conhecer a faixa etária de seus colaboradores e assim por diante.

Vou explica melhorr: tudo na vida depende da comunicação, da forma que interpretamos e da forma que nos expressamos. Quando chegamos a uma empresa para implementar um programa de integridade (compliance), nem sempre seus gestores sabem dizer quais são suas reais dores. Muitas vezes temos que observar com muita atenção para descobrirmos – e esta seria a forma que interpretamos. Já quando falamos com a alta administração, o comitê de governança, se usarmos em nossa linguagem as dores da empresa relacionando-as ao resultado do mapeamento de riscos em potencial teremos maiores chances de apoio – e esta é a forma que nos expressamos.

Quando implementamos o programa de compliance ele será aplicado a todos, desde o porteiro do prédio até a alta administração, e a linguagem não poderá ser a mesma, mas como não é possível fazer um exemplar para cada perfil, o ideal seria conhecer melhor quem são esses colaboradores para saber que tipo de comunicação será mais eficaz para que essas normas sejam compreendidas, absorvidas e aplicadas efetivamente, promovendo o comprometimento de todos.

Acredito que o maior desafio ainda é – para pessoas simples que têm uma realidade dura, negligenciada – mudar a cultura dos funcionários, como por exemplo, para promover e incentivar a conscientização de que a corrupção é prejudicial a todos e deve ser combatida.

Ao analisarmos a situação veremos que o ponto central é a comunicação e, portanto, a melhor estratégia é uma boa comunicação, porque não adiante ter um programa de compliance no papel se o mesmo não é bem aplicado, se não é efetivo.

Rosana Ribeiro é gestora de projetos com cerca de cinco anos de experiência, MBA em Gestão de Projetos – AVM (2015); trabalhando há mais de dois com compliance. Fez Compliance pelo Insper (2019), e é pós-graduada em Compliance e Integridade Corporativa pela PUC/MG (2021). No momento está em transição de carreira para a área de Compliance.