Apagão no Templo de Salomão.

TemplodeSalomao.DanielTavres.AgEstado

No começo da semana, o senador (PRB/RJ) e candidato a governador do Estado do Rio de Janeiro, “bispo” Crivella, licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), declarou considerar a homossexualidade “um pecado”.

Dias depois, participou, em São Paulo, no “Templo de Salomão”, uma mega-construção feita com uma licença de “reforma’ ( com isso, deixou de pagar 35 milhões em impostos) que, mesmo sob uma irregularidade grave (não há alvará da prefeitura concedido ao prédio, ainda), foi inaugurada – ontem -, com a presença do prefeito paulistano, Fernando Haddad (PT/SP), do governador do PSDB/SP, Geraldo Alckmin, e da presidente Dilma Rousseff (não há espaço para tantas siglas).

Pela Constituição do Brasil, o Estado é laico.

O templo custou 680 milhões, livres de impostos… mas só poderá ser visitado por que for de vans credenciadas, ao custo de 45 reais por pessoa.

Pois não é que fez-se um”apagão” no Templo de Salomão? E madame Rousseff teve que galgar três andares a pé, no escuro…

Tudo pelo voto dos evangélicos que continuam “forçando a barra” no Senado Federal, “segurando” a criminalização da homofobia, sob o beneplácito do governo Dilma.

Já Lula abriu políticas para o segmento e até posou segurando a bandeira do arco-íris.

Madame, por sua vez, brecou qualquer coisa sobre o aborto e sobre a homossexualidade.

Mas, na inauguração, Edir Macedo desceu o pau na saúde e na educação brasileiras.

É bem-feito por ter ido puxar o saco da camada mais conservadora da população.

A ultima dele, també essa semana foi, como deu n’O Globo: O candidato ao governo do Rio Marcelo Crivella (PRB) disse, durante entrevista à TV Band na madrugada desta terça-feira, que “se deixar a população da Baixada, das regiões periféricas, vivendo na miséria, essas pessoas migram para vir roubar na capital onde tem a maior riqueza”.

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Imagem: Daniel Tavares (Agência Estado).

Sobre Marcia de Almeida

Jornalista, escritora, roteirista, videomaker e militante da cidadania. Carioca de Botafogo, e botafoguense de coração, escreveu 4 livros de ficção e foi por muito tempo correspondente internacional, quando cobriu a guerra da Bósnia. Integra a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ e, assinou mensalmente, por dois anos, no Caderno RAZÃO SOCIAL d’O Globo, a coluna Razão & Cidadania, abrangendo temas relacionados a minorias: LGBTs, pessoas com deficiência, ciganos, racismo, vítimas de intolerância, preconceito etc.