A influência da linguagem na criação de conteúdos. Por Bruna Prado.

Você já parou para pensar que por trás de todas as profissões, todas as propagandas, conversas e dificuldades envolvem um termo em comum? Pode soar muito óbvio, mas o termo que envolve as nossas relações sociais e emocionais é: PESSOA.

São pessoas que criam, socializam, advertem, atuam. Até este momento, isso não é novidade, mas por que frisar então no termo?

Pois bem, uma PESSOA, mesmo num grupo social, possui suas singularidades. Ela pode ter interesses diferentes que o do seu parceiro, dos seus conhecidos. Pode ter fortes ambições profissionais, como ser líder de uma empresa, mas também pode buscar uma vida mais pacata em meio à natureza e pessoas que lhe fazem bem.

Mas qual é o ponto dessa história?

Atuar com marketing nunca se baseou somente na prática das vendas, mas, sim, de todo um processo de conhecimento e pesquisas para que a mente do consumidor seja mais bem compreendida. Sabendo disso, o aprendizado vindo das teorias e práticas é capaz de criar novas percepções sobre sensações e então chegar ao tema deste artigo: a linguagem.

É muito comum se ouvir falar quando se estuda inbound marketing – também conhecido como ‘marketing de permissão’ sobre a persona, em como se deve entender suas necessidades, características sociais, de interesses e enfim. Mas o que muito se vê ainda atualmente é que a linguagem pode não se adequar a quem estamos falando.

Para que seja possível perceber a importância da linguagem no contexto de marketing de conteúdo, devemos nos colocar numa situação cotidiana e refletir como é a comunicação realizada. Num exemplo bem simples, imagine que você está conversando com uma criança e com uma pessoa de idade, então reflita sobre as questões:

  • A maneira em que você aborda o idoso é a mesma que aborda a criança?
  • Se o idoso fizer uma reclamação com você, a sua resposta seria no mesmo tom de voz e linguagem que numa situação em que a criança fizesse essa reclamação?
  • Quando você quer contar uma piada, seria o mesmo tipo de humor para a criança e o idoso?

Agora, nivelando um pouco mais a reflexão, vamos considerar dois adultos, da mesma idade, cada um com um filho e que morem no mesmo bairro. Porém, um adulto é apaixonado por música clássica, filmes dos anos 50, arte impressionista e poesia. Em contrapartida, o outro adulto já se interessa por músicas contemporâneas, adora música pop, ouvir podcasts, gosta de filmes de heróis e charges publicadas nas mídias sociais. Sabendo desses gostos, já não é possível imaginar quais tipos de assuntos e abordagens seriam ideais para prender a atenção dessa pessoa?

É claro que sempre existirão pessoas interessadas em tudo, com gana por conhecer diversas culturas e não se importariam com a abordagem, mas a partir de estudos e análises de resultados no marketing, é comprovada a eficácia na comunicação quando a linguagem do interlocutor se adequa à realidade do receptor, tendo grande efetividade no contexto social, como também ao produzir textos para a web.

E como descobrir qual é a linguagem do meu público?

Para entender melhor como se comunicar, é importante entender que não existe uma fórmula secreta, então boa parte deste processo é feita por testes. Mesmo assim, algumas questões são válidas considerar:

1. Como você se posiciona? Você é a marca ‘amiga’, ‘séria’, ‘descontraída’…? Se pensasse num arquétipo, em qual se encaixaria?

2. Quais são os interesses do seu público? Descubra o que gostam, como se expressam nas mídias sociais, como te abordam no chat para tirar dúvidas;

3. Pesquise! Busque enviar pesquisas de opinião, enquetes nas mídias sociais, pesquisa de satisfação após um serviço… Tudo isso ajuda a compreender como seria o melhor relacionamento com o seu público;

4. Entenda o contexto: mesmo que seu público seja descontraído, entenda se o contexto é delicado ou não para se comunicar e se ele condiz com suas ações e seu posicionamento;

5. Saiba das tendências: procure saber quais são os assuntos mais falados no momento pelo seu público e se adeque para também falar sobre;

6. Pratique a empatia: coloque-se no lugar do receptor da mensagem. Como ele se sentiria lendo o seu conteúdo?

Com essas dicas, já é possível criar conteúdos mais voltados ao que o seu consumidor gostaria de ler, assim gerando mais receptividade e identificação das PESSOAS com a sua marca.

E, lembre-se: sinceridade nunca é demais. Compartilhe aquilo que condiz com o que a sua marca realmente é.

Bruna Prado é formada em Propaganda e Marketing, com MBA em Marketing e Redes Sociais e MBA em Mídias Digitais e Inteligência de Negócios. Atualmente em especialização em psicologia corporativa, a autora possui experiência profissional em marketing digital e consumer insights. LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/pradoabr/