A ERA DA COMUNICAÇÃO IMEDIÁTICA - Redes Sociais: uma importante ferramenta de comunicação - parte 2. Por Juliana Müller.

Redes Sociais: uma importante ferramenta de comunicação – parte 2 – Comunicação Institucional.

Com um pouco de atraso, mas sempre em tempo, vamos falar de comunicação institucional?

Bom, antes de falar em como aplicar, é fundamental ter em mente do que se trata.

Conforme a Resolução Normativa No. 43 do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp), a comunicação institucional é ‘aquela criada exclusivamente para formar imagem positiva em torno de uma organização, empresa, pessoa, ou ainda em torno de algo ou alguma coisa’.

Em se tratando de imagem, assumo o risco de dizer que está ligada diretamente à credibilidade de valores, princípios e missão da organização. Para isso, nada melhor que conhecer muito bem de quem será falado, seja qual for o setor.

Dito isso, como fazer comunicação institucional nas redes? Aqui compartilho 5 dicas que podem auxiliar profissionais da área a segmentarem mais as suas ações:

1. Ouça seus colaboradores, desde a senhora do café até o diretor geral. Uma única organização pode ter visões muito distintas dependendo do ponto de vista. Quando propomos uma pesquisa de clima organizacional não é para ‘falar mal’ do gerente, é para saber o que pensam as pessoas que fazem parte do time. Quem está ali no dia-a-dia pode perceber sugestões que talvez não tivéssemos pensando antes, pelo simples fato de estar dentro do processo. Nem sempre o óbvio é visível aos olhos.

2. Crie estratégias e planos de ação antes de sair fazendo. Quando a gente atua numa empresa que está com uma fan page no Facebook super-desatualizada, ou não tem uma conta no Instagram, temos a tendência de sair criando só para dizer que está no circuito. Comunicadores, não. Redes sociais são ferramentas e não ações de desespero. Antes de abrir um canal no YouTube certifique-se que terá público e conteúdo para ela. A mesma ferramenta que pode exaltar a comunicação institucional pode destruir se não for bem administrada.

3. Falando em conteúdo… está mais do que na hora de entendermos que, se existem canais diferentes, é porque o público também é diferente. Replicar informação do LinkedIn no Facebook é só recompartilhamento, não é estratégia de ação. Existem diferenças de linguagem, de peças, de abordagens e, principalmente, de perfil de seguidores. A informação pode, sim, ser a mesma, mas nunca tratada da mesma forma. Aqui ainda vale ressaltar que conteúdo não é merchandising, é informação relevante, que faça a diferença na vida das pessoas. (Falemos disso num próximo texto).

4. Já que falamos em perfis, aproveite a primeira dica para conhecer muito bem os públicos da organização. Como você espera falar bem dela se não conhece sua história e sua situação atual? Para ter base de conteúdo institucional é fundamental que a gente saiba do que e para quem estamos falando. Aliás, esta é a lição número 1 das relações públicas…

5. Gere engajamento orgânico. Como? Conteúdo relevante e que comprove que a sua organização está realmente preocupada com a sociedade em que está inserida e todas as ações voltadas para ‘um mundo melhor’. Sua empresa fabrica plásticos? Como recicla? O que pode fazer para gerar menos impacto ambiental? Veja bem, o papel do comunicador está diretamente ligado à gestão estratégica de toda a empresa. Isto não significa que você tenha que criar planos ecológicos, mas sim comunicá-los (e se for o caso, propô-los), para que seu público compreenda que não se trata só de mais uma empresa na multidão. Não é comprando seguidores ou impulsionando um card de dia mundial da água que você vai atrair os olhos para suas ações de responsabilidade social.

Para finalizar o texto de hoje, a dica final é você, antes de tudo, acreditar naquilo que faz e no que a organização se baseia. Se o gestor da comunicação não dá credibilidade a marca, ninguém mais o fará. Comunicação é de dentro para fora, sim. Está diretamente ligada a sentimentos, preocupações e cidadania.

Juliana Müller é relações-públicas, presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas, coordenadora de Comunicação e Eventos da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, e uma defensora dos eventos corporativos como ferramenta de comunicação estratégica.