A construção da comunicação é um processo complexo que envolve muito mais do que simplesmente transmitir informações. Ele reflete a diversidade de vozes, histórias e identidades que compõem a nossa sociedade. Quando pensamos em comunicação, devemos levar em consideração o papel essencial da representatividade, o que garante que todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero, raça ou classe social, possam ser vistas e ouvidas.
A comunicação é e sempre deveria ter sido uma ferramenta de inclusão, respeito e construção coletiva. Hoje, diante de uma sociedade cada vez mais plural e repleta de vozes diversas, ela se torna ainda mais fundamental como instrumento de transformação social. Já não basta informar; é preciso comunicar com empatia, escuta ativa e responsabilidade. Porque as palavras influenciam o mundo, e quem comunica tem nas mãos o poder de construir pontes, não muros.
Recentemente, vimos um exemplo potente disso vindo do universo pop: a cantora Lady Gaga, em sua passagem pelo Brasil, mostrou que é possível usar a visibilidade para muito além do espetáculo. Em um discurso sincero, falou de si, de suas vulnerabilidades, de sua luta para acreditar em si e, ao fazer isso, acolheu milhares de pessoas que se viram representadas. Ela reconheceu e incluiu pessoas, validou dores silenciadas e emocionou ao promover uma comunicação verdadeiramente humana. Foi um gesto simples, mas poderoso. Ao se mostrar autêntica, ela comunicou com empatia, coragem e propósito.
Esse é o tipo de comunicação que o nosso tempo pede. Aquela que toca, mobiliza e transforma. Que rompe o véu da superficialidade e cria espaços de escuta, pertencimento e reparação.
Cabe a nós, profissionais da área e a cada cidadão com voz ativa, refletir sobre os meandros da linguagem, o peso das palavras, os silêncios que falam alto e as escolhas que fazemos ao narrar o mundo. Afinal, devemos entender que a comunicação é, antes de tudo, uma ponte entre pessoas. E pontes precisam ser sólidas, acessíveis e humanas.
Em tempos de diversas mudanças sociais, a comunicação que queremos e precisamos é aquela que acolhe, conecta e transforma – para que possamos ser mais justos, felizes e humanos.
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Cristina Mesquita é jornalista, cerimonialista e graduada em Direito. Diretora de Comunicação da Associação Brasileira de Profissionais de Cerimonial (ABPC), é coautora do livro ‘Comunicação & Eventos’ e especialista em organização de eventos. Possui MBA em Gestão de Eventos pela ECA-USP.