Deu ontem no portal da ANJ – Associação Nacional de Jornais:
‘Uma hora de perguntas seguida de uma longa declaração de Zuckerberg e ele não respondeu a nenhuma pergunta. O formato [da sessão] foi aprovado pelo Facebook e não levou a nenhuma apuração real. Está claro por que ele se recusou a aparecer à frente do comitê’. Damian Collins, presidente do comitê responsável pelas áreas de Digital, Cultura, Mídia e Esporte do parlamento do Reino Unido.
COMENTÁRIO
Falta um dia apenas para a entrada em vigor – em toda a União Europeia – do GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados). E o Sr. Zuckerberg continua em sua Disneylândia particular, fazendo de conta que ‘se preocupa com as próximas eleições no Brasil e na Índia’, em suas próprias palavras.
Quem é Mark Zuckerberg para achar-se ‘responsável’ (palavra dele) pela ‘lisura nessas eleições’ (idem)? Só pode ser um insano. Bem disse o parlamentar estadunidense quando afirmou que ‘o Sr. Zuckerberg não faz a mínima ideia do que é tocar uma companhia nos Estados Unidos’. Digo eu: e nem a mais pálida ideia do que seja tocar um negócio na União Europeia.
Porém, o risco é real. Nos Estados Unidos, apesar da gritaria, o ‘uso indevido de dados’ (hashtag campeã desde então) não alterou o resultado da eleição presidencial. Donald Trump foi escolhido presidente por estranha ‘metodologia democrática’ que vigora nos Estados Unidos, tendo perdido – por 3 milhões de votos – de Hillary Clinton (coisa semelhante ocorrera anos antes com o mais votado, Al Gore, que ‘perdeu’ a eleição para George W. Bush).
No Brasil, com o voto obrigatório, e levando-se em conta o ‘efeito manada’ que uma manipulação como a da Cambridge Analytica pode causar, é possível – sim – que os resultados das eleições de 2018 sejam questionados. Na OEA, em Haia, na ONU. Quem viver, verá.