Mais direitos para os uber-trabalhadores, a bomba-relógio das moratórias e como vai ser o Portugal 2030. Por Pedro Lima.

Deu hoje, no Expresso:

A “uberização” da economia há muito que se tornou visível nas nossas cidades e agora ainda mais com a pandemia, que levou a que passássemos a usar mais recorrentemente as plataformas digitais de serviços – basta ver que uma das imagens destes tempos são os aglomerados de motas de serviços como a Uber Eats ou a Glovo a levar alimentos às pessoas que estão confinadas em casa.

Ora, esta realidade, como todos os fenómenos que são recentes, provoca distorções, nomeadamente ao nível laboral, o que tem levado muitos governos e os próprios trabalhadores destas plataformas a exigirem mais direitos para quem trabalha nelas. Esta semana contamos-lhe na manchete do caderno de Economia que o governo está a preparar um novo regime para os trabalhadores “Uber”. Está em causa uma nova classificação profissional que deverá combinar direitos dos trabalhadores dependentes com a flexibilidade dos independentes. As próprias plataformas estão disponíveis para reforçar os direitos laborais. Este é um tema que estará em discussão na Concertação Social na próxima semana.

Outro tema “quente” é o das moratórias. Já lhe chamaram “bomba-relógio”: o fim das moratórias dos créditos está a gerar preocupação entre os economistas mas o Governo e a banca só deverão avançar com soluções no verão. Há pessoas que, no fim deste mês, vão ter de começar a pagar créditos normalmente mas na maioria dos créditos, sobretudo a empresas, só em setembro será retomado o pagamento de prestações.

Também diretamente relacionado com a pandemia está o tema do crescimento do desemprego. O número de desempregados tem estado a subir, mas há menos subsídios, pois a taxa de cobertura das prestações de desemprego está a cair desde o início do ano.

A comissária europeia Elisa Ferreira desvenda nesta edição o futuro Portugal 2030 e declara que quer acelerar as negociações dos €24 mil milhões deste quadro comunitário. Revela que o Governo poderá abrir concursos ainda em 2021, que os apoios, direcionados às pequenas e médias empresas, poderão chegar também às grandes, que é possível transitar projetos do Portugal 2020 e ainda que a inteligência artificial vai combater a fraude nos fundos.

Pedro Lima é editor-adjunto de Economia do Expresso (Portugal).