Deu em 17/10/2024 no Observatório da Imprensa (por Francisco Fernandes Ladeira):
A “Globo do Antigo Testamento” se refere ao período em que a emissora não era adepta do politicamente correto, negros eram representados negativamente em telenovelas e prevalecia o humor estilo Caseta & Planeta. Em suma, a Globo não era “mimizenta”. Racismo, homofobia ou machismo eram práticas naturalizadas. “Não existia esse negócio de bullying antigamente”, costumam dizer os saudosistas.
Em contrapartida, a “Globo do Novo Testamento”, segundo os devaneios da extrema direita, é sinônimo de “mimimi”, “lacração” e “marxismo cultural”. Diferentemente de outrora, agora há negros bem-sucedidas na programação, casais homoafetivos em novelas (corrompendo os valores da “família tradicional”) e os humorísticos politicamente incorretos não estão mais na grade (ao contrário dos “bons tempos”). A Globo virou “Globe” (em alusão aos pronomes neutros ou linguagem não binária).
Imagem: Mohamed Hassan por Pixabay.