Escombros.

A casa caiu.

Todas as maiores empreiteiras do país estão envolvidas na Operação Lava Jato. No entanto, de modo mágico ou sobrenatural, não enfrentam protestos. Foram posicionadas na mídia como rés confessas de um esquema que, supostamente, estaria do outro lado do balcão. De repente, depois de décadas, as empreiteiras foram simultaneamente desmascaradas, condenadas juridicamente e absolvidas simbolicamente.

Ora, é de se supor que o cartel vigorasse para dividir entre os membros do clube todas as obras, e apenas de uma ou outra empresa, admitindo-se que a Petrobras fosse a joia da coroa. Desse modo, se crê que nada será perguntado aos delatores sobre suas ramificações nos governos estaduais e municipais, e em outros órgãos públicos. Essa parte, vamos ter que descobrir por conta própria, caso a caso.

A restauração da confiança da população nos poderes executivo, legislativo e, porque não dizer, do judiciário, que também já protagonizou grandes escândalos, levará décadas. É um grande avanço que poderosos empresários e altos executivos tenham ido para a prisão. Mas se este caso passar para a história apenas como “o Petrolão”, teremos perdido a oportunidade de reconstruir a identidade das construtoras nacionais e dar-lhes o mínimo sentido de responsabilidade cívica.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/camargo-correa-admite-culpa-em-cartel-e-paga-mais-de-r-104-milhoes.html

Sobre Marcelo Ficher

Bacharel em Relações Públicas pela FCS/UERJ. Mestre em Educação pela UFF. Consultor e professor do curso de Pós-graduação em Administração de Marketing e Comunicação Empresarial da Universidade Veiga de Almeida. Presidente da Comissão de Fiscalização do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).