Deu em 25/03/2019 no jornal ‘Público’, de Portugal, na matéria de João Pedro Pereira e Ricardo Sampaio:
Empresas globais preocupam-se com a segurança de informações em ciberespaços.
Pesquisas divulgadas pela consultora Accenture, confirmam que muitas empresas estão inseguras quanto a privacidade de seus dados corporativos relevantes no ciberespaço.
LINK – https://www.publico.pt/2019/03/25/video/pedro-galhardas-20190325-123431
COMENTÁRIO
A preocupação com o uso inadequado e abusivo das informações pessoais e comportamentais de consumidores na internet está cada vez mais presente em debates da principal plataforma de busca online, o Google, e das redes sociais como Facebook e Instagram. O ponto é que não são somente os consumidores que deparam-se com esta insegurança das informações online.
Empresas do mundo todo buscam mecanismos mais modernos e adequados que permitam a proteção de dados internos das organizações, de seus clientes e parceiros estratégicos. Permeia, entre os discursos empresariais, a insegurança quanto a privacidade e destino destas informações. Tal preocupação é tamanha que norteou boa parte dos debates do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, no final de 2018.
A formação de um Centro de Cibersegurança, criado especificamente para definir ciberataques e fraude/roubo de informações como parte integrante do ‘Top 5’ dos riscos globais, reflete a preocupação do Fórum em mobilizar diferentes parceiros globais em prol da consolidação da segurança internacional de informações.
Para além das discussões realizadas em Genebra, a preservação dos ciberdados coloca em voga a futura utilização do meio digital como armazenador de informações de grandes companhias mundiais. Apesar de todos os esforços para assegurar este ambiente, a atual pesquisa da Accenture, divulgada pelo jornal português Público esta semana, com as empresas mais cotadas dos EUA (listadas no índice S&P 500), aponta que apenas 30% das pessoas entrevistadas confiam na internet como espaço de armazenamento de dados organizacionais relevantes, e é estimado pela consultora que este número caia para 25% em 2023 se as condições de segurança não melhorarem. A massiva utilização da internet como meio de comunicação direto com o cliente, como fonte de dados e de armazenamento de informações, caminha contrário ao sentimento de instabilidade de CEOs e diretores. Vale ressaltar a grande porcentagem de gestores que continuam a acreditar em uma evolução dos riscos de cibersegurança, com 68%.
A divulgação inapropriada de ciberdados põem em risco estruturas de negócios globais, a proteção de parceiros comerciais e a exposição de clientes em um mundo cada vez mais globalizado. São ilimitados os ambientes de acesso na internet, que compreendem um imenso poder para quem o utiliza com viés positivo ou negativo.
Buscar controlar um ciberespaço composto por milhões de usuários, com acessos cada vez mais amplificados, torna este desafio ainda maior. Estar presente nestes ambientes é estar suscetível a fornecimento de dados, rastreamento de comportamentos digitais, sejam de atividades pessoais ou empresariais. Em contrapartida não estar lá, é caminhar contra um mundo conectado e bem informado. Como usuários ativos na internet, ultrapassamos as barreiras de receptores de informações, e, seja na esfera corporativa ou individual, passamos a ser transformados pelo ambiente digital e atuar com corresponsabilidade pela sua construção, manutenção e controle quanto a segurança.
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Caroline Kalil Reimann é publicitária com especialização em Comunicação Corporativa pela ESPM-Sul e mestranda em Marketing pela Universidade de Coimbra, Portugal.