Vagas de Comunicação - abertas para qualquer formação profissional.

Há muitos anos me formei em Jornalismo porque foi a vocação que encontrei. Fiz diversos testes, pesquisei várias profissões e achei, do alto da sabedoria dos meus 17 anos, que meus talentos só iriam florescer se estudasse Comunicação Social. Já na faculdade, me encantei pela possibilidade de usar os conhecimentos de Comunicação dentro de grandes empresas e percebi que os horizontes eram maiores que as redações de jornais, TVs e as rádios AM de minha querida cidade natal.

Logo comecei a trabalhar na área e percebi que gostava do ambiente corporativo, de ter o aval do ‘Departamento de Comunicação’ para falar com todo mundo e entender a função de cada um. Circular por todos os setores e ter a possibilidade de entrevistar, do presidente até o grupo de fábrica que teve uma nova ideia para tornar seu trabalho mais seguro, era muito enriquecedor para uma recém-formada. Na época, trabalhava numa grande siderúrgica que respeitava o trabalho dos profissionais de Comunicação e, nossa superintendência (como nos referíamos ao setor na época), era tão completa que tínhamos os três profissionais de Comunicação trabalhando juntos: jornalistas, relações-públicas e publicitários, além de uma agência de propaganda terceirizada. Eu não sabia, mas este modelo era bem avançado para o mercado.

Deixei a vida me levar e me afastei das empresas. Ao tentar retornar, percebi que estava tudo meio misturado e que, quem ocupa os postos hoje, não são necessariamente profissionais de Comunicação, mas sim pessoas de Recursos Humanos, de Administração, ou quem estiver por perto e souber escrever duas frases que façam sentido.

Claro, as exigências triplicaram, os profissionais de Comunicação, quando requisitados, têm que entregar muito mais, o jornalista tem que saber muito de marketing e o publicitário tem que ser conteudista. Mas não entendo porque os outros, que não têm formação na área, vão fazendo nosso trabalho, sem muito cerimônia. Algumas vezes, eles contam com apoio de um estagiário ‘mão na massa’, outras apenas com seu ‘feeling’ de quem ‘gosta’ muito de comunicação e toca os projetos com vontade, mas sem a devida gestão e sem saber direito os objetivos que estão por trás de uma estratégia de comunicação integrada.

Sigo aqui, lembrando sempre, que todos somos necessários, mas quando estamos cada um na sua área, rendemos e apresentamos resultados muito melhores.

Deborah Sousa, jornalista formada cursando MBA de Gestão da Comunicação Organizacional.