Tábata Amaral e o choque político. Por Gustavo Costa.

Atrasado, mas ainda em tempo, quero compartilhar minha opinião sobre a entrevista da deputada Tábata Amaral para o Roda Viva.

Apesar de ter votado nela, critiquei o posicionamento da Deputada ao votar a favor da reforma da previdência, e confesso que tinha ficado um tanto decepcionado, mas, depois do programa, entendi um pouco do seu raciocínio.

O sistema político que nós temos nos força, a todo instante, a tomar partido sempre para dois lados extremos, ou você acompanha a esquerda ou você acompanha a direita, nunca há um ponto de equilíbrio. Do outro lado temos um jornalismo que te espreme, acirrando ainda a mais a polarização e reforçando velhos hábitos políticos, sempre de forma sensacionalista.

Com todos os problemas que ela está enfrentando com o PDT, fica difícil encontrar uma legenda que consiga absorver seus ideais sem se deixar influenciar pela polarização política, e eu me identifico com ela nesse aspecto, pois não me sinto representado por nenhum dos partidos que temos.

Isso me faz lembrar um trecho de um livro do David Aaker: ‘pessoas capazes de gerar grandes ideias são raras, e o ambiente de mercado e a oferta com os quais podem realizar todo o seu potencial é mais raro ainda’, e na política isso é quase um perfil em extinção.

Ela tem feito um trabalho importante dentro de suas bandeiras, principalmente a da educação, que, apesar do desleixo do MEC, tem articulado mudanças significativas e que podem contribuir para a melhoria do ensino no Brasil.

Não concordo com todos os pontos que ela defende, mas o diálogo deve ser estimulado para se chegar a um consenso e é exatamente diálogo que está faltando.

Só digo uma coisa, se ela conseguir encontrar um partido que deixe ela se desenvolver, me avisem que quero entrar também. Porque nossa política tem ido lama, fogo e petróleo abaixo.

Gustavo Costa é relações-públicas e desenvolve trabalhos de comunicação com empresas em São Paulo. Em 2018 ganhou o Prêmio Universitário Aberje com planejamento estratégico para a Sabesp, além de produção científica sobre Ética, Reputação e Posicionamento no Supremo Tribunal Federal sobre a ótica das Relações Públicas, que, em breve, será publicada.