Reconhecimento Social: um diferencial nos momentos de crise.

A empresa ‘Cada um faz o que pode’ está no mercado há cinco anos e seu nome está alinhado aos valores dos donos da empresa, que sempre acreditaram em trabalho duro, mas nunca tiveram muito tempo para planejar estratégias complexas. O nome é conhecido, mas a direção não faz muita ideia do que seja reconhecimento, o setor deles é muito bom, a crise não chega, assim eles vão tocando o negócio sem muita preocupação com a imagem.

Um dos concorrentes diretos é uma organização chamada ‘Melhor aprovação no segmento’ que está no mesmo nicho de mercado há cerca de três anos. Os diretores usaram parte do lucro para investir em propaganda, impulsionaram postagens em redes sociais, contrataram até uma agência de comunicação para escrever algumas matérias que foram publicadas em veículos que fazem cobertura do segmento. Eles cismaram também de participar de todas as feiras no Brasil que envolvem o negócio, tudo bem, não faturam muito mais que a primeira, mas acreditam que estão crescendo de forma estruturada, tornando sua marca conhecida entre o público alvo.

O que nenhuma das empresas, nem as concorrentes, imaginavam, foi a pandemia que assolou o mundo e chegou forte no Brasil na segunda quinzena de março, provocada pelo vírus da Covid-19.

Lá na ‘Cada um faz o que pode’ foi um desespero e do dia para a noite viram suas vendas caíram bruscamente, os clientes fiéis que conheciam seu trabalho começaram a procurar outros fornecedores e não conseguiram conquistar novos parceiros em meio à crise. Sem entender o motivo, começaram a reagir, da forma que puderam e foram buscar respostas, passando a observar o mercado com muita atenção.

Perceberam que uma empresa com menos tempo de mercado já era mais reconhecida, seu nome aparecia nas buscas do Google com maior relevância e até um dos diretores lembrou que viu o estande deles nas feiras que visitou o ano passado, estava sempre lotado.

A gerente de RH viu na TV o diretor da tal ‘Melhor aprovação no segmento’ dando entrevista para jornal regional explicando como estavam enfrentando a crise e buscando soluções para seus clientes. Até nas redes sociais, eles viram que este concorrente tinha tempo de responder e interagir com as pessoas, mesmo quando elas reclamavam de alguma coisa! Mas o que mais marcou o diretor geral da ‘Cada um faz o que pode’ foi a seguinte declaração da concorrente em uma postagem no LinkedIn com a foto geral de todos os colaboradores:

‘Nós planejamos nossa identidade corporativa desde o início, a partir do nome, da nossa persona nas redes sociais e da construção da nossa cultura. A nossa transparência na comunicação com o consumidor, com os funcionários e a nossa missão de sempre contribuir com as causas que acreditamos se refletem hoje no reconhecimento admirável que temos no mercado’.

Frustrado, ele concluiu que sempre fizeram tudo o que era possível, mas nunca buscaram ajuda para fazer aquilo que não estava ao alcance deles sozinhos, como o reconhecimento de seu público e a construção da identidade corporativa de sua empresa. A crise foi o impulso que faltava para agora ele começar a se expor e divulgar os diferenciais da sua organização.

Deborah Sousa é jornalista formada e especialista com MBA em Gestão da Comunicação Organizacional.