- Qual é a dor do seu cliente? - Conseguir fazer um vídeo para trabalhar! Por Júlia Fernandes.

O isolamento social promoveu um fenômeno impensado para muitos professores em todo mundo: dar aulas por vídeo. O pânico se tornou geral e alguns, que julgavam encarar bem a sala de aula, tiveram que se ver e ouvir dizendo as teorias que envolviam as suas disciplinas, a escutar a sua própria voz, e até ver a postura corporal diante do que leciona, incluindo as próprias piadas.

O tal encontro ‘consigo mesmo’ – em virtude da quarentena – não poderia ser mais intenso.

Foi aí que os meus amigos passaram a me procurar para saber sobre a resolução ideal dos vídeos, como se portar e improvisar um tripé em casa, perguntaram sobre aplicativos para fazer uma edição no celular, o que deveriam vestir, o melhor ângulo da gravação, entre outras coisas. Nessa hora, eles se lembraram de que comunicadores, de um modo geral, têm conhecimento dessas coisas.

É verdade. Da ‘comunicação e expressão oral’ até os plongées, ângulos americanos e cortes de edição, a gente ‘entende’ um pouco sim. E sabem o que eu respondi aos meus amigos? ‘Façam o simples, bem feito’. O mais difícil hoje em dia é encontrar um texto bem produzido, com qualidade de conteúdo (em todos os âmbitos), gente que fale diretamente o que interessa com precisão e bom senso. O conteúdo da aula esses professores já sabem e muito, além, é claro, de todo o carisma e metodologia especiais que eles têm.

A diferença é que a audiência não está ali ‘ao vivo e em cores’ para dar o feedback, assim como um artista. Mas há a vantagem de que eles já conhecem a plateia, uma vez que o começo do ano letivo foi presencial em 2020.

Há um esforço do outro lado da tela para que esses profissionais produzam uma aula de qualidade, saindo da zona de conforto, para levar aos alunos o melhor que podem fazer. As aulas on-line, hospedadas em plataformas de ensino, não estão disponíveis de forma unânime em instituições públicas e particulares e nem é consensual a resposta dos pais e discentes sobre a produtividade dos estudantes em casa. O fato é que há novas formas de ensinar e de aprender nos dois lados da história.

O título desse texto faz uma ironia com um termo comum no mundo dos negócios, sobretudo do ramo de tecnologia e na produção de uma persona para o entendimento de seu público ou potencial cliente, nos quais ela, a ‘dor do cliente’ está ali. E, nesse caso, a dor dos professores é se colocar da melhor maneira possível diante das câmeras dos celulares que tanto os assustam.

A potencial solução para isso é driblar o medo, fazer o essencial e seguir em frente com simplicidade. Sigamos juntos, apoiando a educação, da melhor maneira possível.

Júlia Fernandes é formada em Comunicação Social (habilitação em jornalismo) pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), tem MBA em Marketing e Comunicação e especialização em Gestão Estratégica da Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). A autora tem experiência profissional – em âmbito público e privado – nos setores de comunicação institucional e marketing.