Tive a oportunidade de atuar como programador, analista e auditor de sistemas em minha passagem pela Arthur Andersen, Andersen Consulting e Accenture.
Isto aconteceu concomitante ao meu mestrado no convênio UFRJ-IBICT. Eu optara pela linha de pesquisa ‘Informática e Cibernética’ que, extinta, deu lugar à Ciência da Informação – onde o concluí.
No ano seguinte, concorri a uma vaga para professor substituto na Escola de Comunicação da UFRJ e fui selecionado para um contrato de três anos. A disciplina: ‘Comunicação e Teoria Geral de Sistemas’.
Comecei com as máquinas de grande porte (mainframes e redes online – real time) e fiz a transição para a microcomputação. No SENAC ministrei um inovador curso de extensão; ‘Gerência de MicroCPDs’, e, depois, numa pós da Faculdade Senac, atuei no curso de especialização ‘Mídias Digitais e Interativas’, ministrando os TCCs na disciplina ‘Projeto Integrador’.
Este background prático marcou minha vida para sempre, ao lado de atividades no mercado e no campo acadêmico – que sempre mantive concomitantes.
Hoje, travando batalhas por causas nos campos da Comunicação e da Informação, à frente de uma organização civil lusófona sem fins econômicos – este Observatório da Comunicação Institucional (O.C.I.), sinto-me apto a debater em profundidade a temática que envolve uma ‘trilogia’ acidental de produções cinematográficas recentes: ‘Privacidade Raqueada’, ‘O Dilema das Redes’ e ‘Rede de Ódio’.
Minha atitude pessoal desde a criação de meu primeiro website e entrada no Yahoo!, em 1999; no Blogger, em 2007; no G-mail, Android, YouTube, Amazon, LinkedIn, Facebook, WordPress, Wix, Pinterest, Instagram, tem sido brincar de esconde-esconde com os gigantes. Não integrando dados entre plataformas e redes, utilizando ao mínimo ‘a nuvem’, não fornecendo localização ou check-in – além de utilizar a internet 99,99% das vezes somente para assuntos de trabalho. Dados de – e conversas com – familiares: zero. Compras pela web idem.
Minha convicção, em 2020, após todos esses anos é: as redes sociais não cumpriram sua promessa. E, após sua ‘monetização’ se tornaram, antes de tudo, redes negociais, redes anti-sociais.
Dar a nós – gratuitamente – (dizendo que é ‘dado’, quando na verdade o ‘dado’ somos nós) o mais conveniente, o mais fácil, o mais ‘personalizado’… é a cenoura… Cenoura do Mal… aquele Evil que o Facebook prometia que nunca se tornaria, lembra-se? É grátis e sempre será! Mas a que preço!
Jaron Lanier, um nerd ex-Vale do Silício, estava certo quando, em 2017, antes mesmo do case Cambridge Analytica, aconselhou-nos, em seu livro:
– Delete-se das redes sociais já!