Olhei para o céu… estava cinza, a cor da minha alma nos últimos dias. O mundo andava triste. A louça suja na pia, e o pingo d’água caindo, intermitente, no prato. Toc, toc, tic, tac, toc…
“Preciso mesmo comer?”. Ando um pouco cansada de ter de ser feliz o tempo inteiro p’ra não desabar. Passei o café e me pus a pensar… A tristeza é cinza. E eram tantos os tons de cinza. O meu estava escuro, bem escuro. Por quê? Não sei, não sei o porquê.
Só sei que era algo que me consumia, e me consumia assim: uma coisa que vinha sei lá de onde, e me enchia de ausência. Esvaziada de mim e cheia de ausência, eu ficava triste. Será que existia beleza na tristeza? Ouvi dizer que sim.
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Imagem: Google.
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Maeve Phaira, jornalista e escritora, autora do livro Outono em Copacabana.