O poder do fluxo de informações nas empresas.

Uma frase repetida muitas vezes pode se tornar verdade… e, assim, propagou-se a ideia de que informação é poder – numa época em que o fluxo de informações nas empresas não era ainda prioridade e os assuntos de corredores fomentavam as fofocas. Dessa forma, criou-se o mito de que quem tem informações privilegiadas está um pouco acima dos mortais, sabe mais e deve guardar este trunfo até o final para, quando surgir a oportunidade perfeita, revelar o que poucos sabem – assim galgando os degraus da sabedoria.

Hoje, esta não é a melhor prática. O conteúdo relevante deve circular em todas as direções e as informações não devem mais ser personificadas em uma figura de alto escalão. O ideal é fazer com que os conteúdos circulem e os líderes, de qualquer hierarquia, são os principais responsáveis em promover este ambiente transparente de confiança entre os times.

Protagonismo das lideranças no fluxo de informações nas empresas

Recentemente, estive em um evento sobre cultura organizacional, em São Paulo, no qual o CEO da Toyota do Brasil, Rafael Chang, respondeu – como se fosse um diretor de comunicação corporativa – a uma das perguntas da platéia sobre a questão do cascateamento e fluxo de informações na empresa: ‘O cascateamento face a face é fundamental. O responsável por um novo projeto vai em cada fábrica explicar ao time de funcionários e, dessa forma, eles se sentem parte do processo’.

Já está claro para os grandes gestores que a comunicação também precisa ser pessoal, próxima, para ser disseminada entre os pares que cada vez mais processam e têm uma participação ativa a partir das informações que recebem.

O depoimento do CEO vai ao encontro das práticas mais atuais de comunicação empresarial – que tiram do receptor a responsabilidade de reter a informação a qualquer custo. Afinal, é papel do emissor entregar adequadamente, e através do canal correto, as informações que precisam ser repassadas.

Não é somente por e-mail, não é apenas com a newsletter, não é postando na rede social corporativa, nem pelos sites de notícias externos. A informação mais relevante precisa ser passada pessoalmente pelos líderes diretos e reforçada em outros veículos, quando necessário. A comunicação interna organiza o fluxo de informações na empresa e promove a cultura de transparência, a qual leva ao engajamento. Veja – neste link – matéria anterior sobre o assunto.

Os canais de comunicação internos são muito relevantes em uma boa estratégia de comunicação, mas a participação dos líderes comunicadores são a garantia de que a informação chegará ao receptor através de uma rede de confiança, garantindo o fluxo de conteúdo pelos canais formais, esvaziando o poder da rádio-peão.

Deborah Sousa é jornalista formada e especialista com MBA em Gestão da Comunicação Organizacional.