NOVA ARTICULISTA: Vanessa Costa. Comunicação para as pequenas e médias empresas.

As ferramentas do marketing digital e as mídias sociais abriram portas importantes aos negócios das pequenas e médias empresas. O estudo da Morning Consult, por exemplo, relativamente recente, realizado em 2017 sob encomenda do Facebook, atestou que para cerca de 75% das micro e pequenas empresas do Brasil, a comunicação e o marketing digital, já naquele ano, foram considerados essenciais para a conversão de oportunidades em novos negócios e aumento de receita.

Em muitos desses casos, estamos tratando de empresas já nascidas na era digital e que, portanto, desde o seu ‘marco zero’ enxergam a comunicação como recurso fundamental e estratégico para o crescimento das operações. São empresas contemporâneas às informações e métricas que hoje o marketing e a comunicação digital conseguem levantar, tornando tudo mais claro para a tomada de decisões do empreendedor.

Acontece que nem todos conseguem coletar, cruzar e interpretar estes dados. Trabalhando com os pequenos e médios empreendedores, não raro profissionais que contam com estrutura enxuta e, que, portanto, estão à frente de praticamente todas as atividades e decisões da empresa, o que salta aos olhos é: a quantidade de recursos hoje à mão e a custos mais flexíveis – aplicativos de troca de mensagens; plataformas para campanhas de anúncios pagos; para o desenvolvimento de sites; impulsionamentos nas mídias sociais – exige muita orientação e planejamento frente à tentação e angústia por fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora, e para todo mundo. Afinal, a vida está mais corrida e a concorrência, acirrada.

Porém, nessa jornada, sinto que um perigo ronda os empreendedores: perder de vista o valor da marca e o objetivo que se quer alcançar. Assim, entrelaçar esses dois pontos é fundamental para construir o plano de comunicação e suas ações, pensando sempre no que é prioritário dentro da mais inteligente relação custo-benefício, sem prejudicar o orçamento. Traçar a ‘persona’ do negócio; mapear e identificar os públicos de interesse; separá-los por estágio na régua de relacionamento com o cliente – se na etapa de conquista, fidelização, manutenção ou recuperação – são atividades que norteiam a abordagem da comunicação, o conteúdo, o discurso, as ferramentas que serão aplicadas e o melhor momento de agir. Além disso, fortalecer no pano de fundo a reputação e valor de marca da empresa no mercado em que atua, por menor ou mais específica que a atividade seja, é uma estratégia institucional e estanque para quem quer crescer.

Se no passado alguns de nós, profissionais de comunicação, enfrentamos certa resistência para argumentar a comunicação como ponto estratégico para o planejamento de negócios da empresa, hoje este argumento é cristalino como água de nascente, muito por conta da lente que a comunicação e o marketing conseguem colocar sobre o comportamento do consumidor.

O menu de ferramentas é mais vasto do que nunca; o desafio para as pequenas e médias é orquestrar todas elas, com calma, planejamento e processos.

Vanessa Costa tem formação em Jornalismo e Comunicação Empresarial pela Fundação Cásper Líbero e especialização em Marketing Digital pela ESPM. Cursa atualmente um MBA em Gestão de Projetos. É co-fundadora da Elabore Estratégia (www.elaboreestrategia.com.br), agência de comunicação integrada com foco em pequenas e médias empresas, startups, ONGs e instituições representativas. É escritora e autora do livro infantil ‘As Fadas Banguelas’. E-mail: vanessa@elaboreestrategia.com.br