Executivo, Legislativo, Judiciário.
Federal, Estadual, Municipal.
Presenças ilustres nas ementas escolares desde os anos iniciais, esses termos são tão familiares quanto confusos. Basta uma pesquisa de campo com populares nas ruas para perceber que os cidadãos, em sua maioria, não têm uma compreensão clara a respeito das esferas, competências e poderes no Brasil.
Estamos em frente a um dos maiores desafios da Comunicação Pública: garantir transparência e fomentar a o acesso à democracia para uma população que não possui uma forte base educacional.
A informação existe. E os governos são obrigados a atuar com transparência, situação essa que diverge da realidade; a impossibilidade do cidadão em lutar pelos direitos que são seus por falta de conhecimento. Isso reflete em ruídos e falta de credibilidade sobre o que é público. A propósito, vale aqui reforçar a definição desse conceito de “público”: aquilo que pertence a todas as pessoas. Todas.
A comunicação se utiliza dos pilares da administração pública regulados pela Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Seu maior objetivo é aproximar o cidadão do Estado, utilizando de transparência e verdade, a fim de garantir uma sociedade democrática… mas basta, por exemplo, publicar uma campanha sobre redução de impostos nas redes sociais que notamos uma chuva de cobranças sobre falta de água no bairro. Você percebe a incoerência no debate?
Como profissional da área confesso aqui um sonho: conseguir utilizar da pujante serventia da comunicação pública como agente de transformação social, propulsora de políticas que permitam discussões válidas entre cidadão e Estado. Só assim conseguiremos avançar para uma sociedade justa, democrática e desenvolvida, em que cada ator reconheça a importância do seu papel.
Não trabalhamos sozinhos. Precisamos de mais. E queremos mais: educação, democracia, transparência e dignidade.
Fica uma indagação:
– E você, sabe quais as atribuições da União, dos Estados e dos Municípios?
O brasileiro lida com tantas questões que já se acostumou a preocupar-se mais com causas mais visíveis aos seus olhos, deixando outras pautas em segundo plano.
A reforçar a definição de “público” que clama por debates ricos e justos, base do apelo sobre o que é de fato: o ponto positivo é que o interesse por assuntos considerados mais complexos estão tomando o gosto da população… mas ainda falta muito.
Como agente de transformação pública eu gostaria de poder usar os canais de comunicação de governo – que são tão importantes para uma sociedade justa e democrática -, para que a conversa Estado-Cidadão seja mais enriquecedora e que, assim, possamos gerar debates e cobranças efetivas sobre tudo que é de direito e dever de cada um.
Meu sonho como atuante na comunicação pública é que toda estratégia utilizada seja compreendida por qualquer cidadão brasileiro.
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Os princípios da administração pública:
- Legalidade
- Impessoalidade
- Publicidade
- Moralidade
- Eficiência
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Gabriela Clemente é publicitária formada pela Universidade Federal de Mato Grosso e atua há 13 anos na comunicação pública. Desde 2021 está como Secretária Adjunta de Publicidade do Governo de Mato Grosso. Defensora de uma comunicação justa, democrática e transparente.