Oito meses antes do lançamento, a Disney anunciou o Disney+ (Disney Plus), que entrará em vigor a partir de 12 de novembro de 2019, com navegação personalizada e mensalidade mais barata que a Netflix, decidindo assim barrar a entrada do novo concorrente em meio ao mercado audiovisual. Em 2017, ao comprar a BAMTech, a Disney já havia anunciado que lançaria a plataforma em 2019, em parceria com a ESPN.
Tal ação foi vista com bons olhos por parte do mercado de ações devido à qualidade das produções Disney, que disponibilizam obras de diversas produtoras adquiridas ao longo das décadas, como a 21st Century Fox, tornando-se a maior empresa de entretenimento do mundo. A plataforma promete dar continuidade a filmes clássicos, como Star Wars, e até mesmo os mais recentes, como Frozen, sucesso de bilheteria em 2014, o qual superou as vendas de Harry Potter, febre entre os jovens e adultos no início dos anos 2000.
Segundo a reportagem publicada no site da Nasdaq¹ com trechos de entrevistas com o CEO da Netflix, Reed Hastings, a empresa não vê a Disney como uma ameaça. Segundo o CEO, jogos online são a maior concorrência no momento. ‘Nós competimos com (e perdemos para) Fortnite mais do que para a HBO… Nosso foco não é na Disney+, Amazon ou outros, mas em como podemos melhorar a experiência de nossos usuários’.
Em 2016, a Disney não mais renovou os contratos para os filmes de sua produção exibidos na Netflix, definindo assim seu papel perante o futuro ao determinar parte do desenvolvimento audiovisual nos próximos anos.
A reportagem publicada pela Bloomberg² com a opinião de alguns analistas financeiros sobre as movimentações nas ações da Disney e Netflix, mostra que as opiniões no mercado acerca do assunto favorecem a Disney, mas não são unanimidade. Como aponta Matthew Thornton, um dos analistas financeiros entrevistados que comenta a diferença entre o conteúdo ofertado nas plataformas, por a Disney se tratar de uma empresa familiar; diferente da Netflix, salienta a visão de uma sociedade marginalizada.
No estudo realizado pela Revista Forbes³, a Netflix ‘queimou 13 bilhões de dólares desde 2011’, o que diminui a confiança do mercado perante a empresa, que não consegue mais cobrir os gastos somente com assinaturas – o que indica um futuro aumento nas mensalidades e competição com a demanda de mercado. Com 139 produções próprias, agora a Netflix se depara com uma dívida no nível de estúdio Fox.
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Loraine F. Mendes é jornalista, pós-graduanda em Administração de Empresas, apaixonada por audiovisual, tecnologia e pesquisa.
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Referências
¹: https://www.nasdaq.com/article/netflix-ceo-reed-hastings-was-right-about-disney-cm1129027