Cooperativa: algumas soluções para inclusão social e geração de trabalho. Por Rosalvi Monteagudo.

“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.

Para atender a inclusão social é preciso divulgar alguns meios de soluções e fazer parte do problema para poder resolvê-las. Nas cooperativas, a inclusão social tem colocado parte de um acordo que inclui a garantia do trabalho e educação. E isto é cada vez mais relevante, pois só se reduz a pobreza com geração de emprego e renda, entre outras ações necessárias e inevitáveis.

De acordo com Juliana Oliveira de Lima: “O problema da inclusão social é que coletivos são formados por indivíduos excluídos do mercado de trabalho em que se destacam a falta de capacitação, a inexperiência no trabalho, baixa escolaridade, deficiência física e/ou condição de egresso do sistema presidiário”.

Uma das soluções para esta situação é o cooperativismo – que é algo de extrema importância para a Economia, pois se organiza gente pela geração de trabalho – de forma coletiva – para atender a um objetivo comum, em cooperação econômica.

Além do desemprego e redução contínua da oferta de trabalho, as pessoas vivem numa condição de trabalho precário, sem acesso aos direitos sociais. A situação se torna grave se uma parcela da sociedade não tem ingresso ao trabalho informal ou temporário, e isto tem colocado as pessoas em situações precárias  – passam a viver da criminalidade ou de esmolas.

Processo de dar nova forma ao trabalho e às estruturas econômicas de um país em que a pobreza e a desigualdade social são ameaçadas pelo alto índice de desemprego e concentração de renda, o neocooperativismo pode ser um dos meios de organizar o impasse socioeconômico e buscar uma solução.

A cooperativa é inclusiva pois abre portas a todos, apesar das diferenças de seus cooperadores/”donos” que passam a adotar a melhor estratégia para todos.

As cooperativas têm o mérito de tornar viável a inclusão social de pessoas nas próprias comunidades e regiões em que exercem a sua atividade. Quanto mais presentes os métodos cooperativos, mais se poderá contribuir para a inclusão social que, devido à falta de capital, tem como solução “formar times” – um trabalho próprio, como uma empresa em que indivíduos se organizam em cooperação econômica – sem hierarquia, sem chefes, sem patrões.

As empresas estão adotando indicadores sociais, ambientais e de governança – trinômio cuja aplicação passa a fazer perder menos na pandemia, além de apresentar mais empenho. É preciso fazer um investimento nas cooperativas, contratando seus serviços, sem se tornar “beneficente”.

A inclusão é feita rapidamente. Os efeitos da desigualdade são resolvidos de imediato, por meio do conhecimento da filosofia de funcionamento da cooperativa, sendo necessária a educação cooperativa que é mundialmente reconhecida como regra de ouro. A inclusão social adota as cooperativas que são orientadas por valores e princípios que contribuem para promovê-la propriamente e dar origem ao funcionamento em solidariedade.

De acordo com SCHNEIDER, José Odelso, em prol de uma cooperativa, tem-se a certeza de que:

01.     Se vence a exclusão;
02.     Se gera emprego;
03.     Se distribui equitativamente a riqueza e se potencializa a produtividade;
04.     Se decide democraticamente;
05.     Não se atenta contra o meio ambiente;
06.     Se propaga o bem estar comunitário;
07.     Há vinculação com os setores econômicos;
08.     Há a geração de produtos e serviços;
09.     Há segurança e transparência;
10.     Em primeiro lugar, o mais importante: as pessoas.

As cooperativas sociais que surgiram mais recentemente no Brasil – Lei 9.867/1999 – tem a função de inserir as pessoas com desvantagem no mercado econômico por meio do trabalho, aplicando-se as normas relativas ao setor cooperativo, e tendo como exemplos dependentes químicos, ex-presidiários, pessoas com deficiências, entre outros grupos.

Os graves problemas do desemprego e da exclusão social exigem a adoção de políticas de estímulo ao empreendedorismo e à ampliação de atividades produtivas.

Com a perspectiva da exclusão cada vez maior – na pandemia – passaram a surgir ações de criação individual que emergem no caminho dos microempresários e trabalhadores autônomos que, com pouco capital, se embrenham na conquista de seu trabalho.

É indispensável o estímulo ao sistema cooperativo, tanto no campo da sustentabilidade quanto na solidariedade, como solução de inclusão social e de geração de trabalho.

É preciso compreender a abrangência do termo inclusão, pois é algo beneficio para todos que convivem em sociedade – mesmo com todas as diferenças existentes. As ações sociais são imprescindíveis para que todos tenham acesso a bens e serviços como saúde, educação, emprego, renda, lazer e cultura.

É indispensável agir em prol da inclusão social, sem criar obstáculos.

Rosalvi Monteagudo é mestre em Cooperativismo pelo CEDOPE/UNISINOS (São Leopoldo, RS), contista, pesquisadora, professora, bibliotecária, assistente agropecuária, funcionária pública aposentada, articulista na internet e autodidata em Economia.