Sabe aquela sensação de que o dia mal começou e já estamos atrasados com nossas atividades pessoais e profissionais? São tantos os compromissos e papéis a desempenhar – tais como o de mãe, filha, esposa, chefe, amiga e colega de trabalho – que temos a sensação de viver em luta constante com o relógio. Quem nunca usou ou escutou repetidas vezes frases, expressões e até mesmo desculpas como ‘o tempo voou’, ‘nem vi o ano passar’, ‘estou sem tempo para nada’ ou ‘o dia precisaria ter 30 horas?
Embora o dia tenha as mesmas 24 horas de sempre, a sensação de ‘loucura’ ou ‘correria’ nunca foi tão forte e tão incorporada ao nosso cotidiano. Corremos tanto para resolver questões urgentes e ‘apagar incêndios’ que raramente prestamos atenção no caminho, nas pessoas e nas situações, ou dedicamos tempo para a realização de nossos próprios sonhos. Na prática, será que se o dia tivesse uma hora a mais esta sensação negativa daria lugar à produtividade e à execução plena de todas as atividades e papéis que desejamos cumprir? Provavelmente não.
De acordo com Christian Barbosa, especialista em produtividade, o problema não está na quantidade de horas que dispomos, mas em como gerenciamos nosso tempo e ditamos o ritmo de nossas próprias vidas. Embora a lista de demandas por vezes seja extensa, podemos perceber que nem todas são realmente prioritárias ou contribuem efetivamente para a realização de nossos objetivos. Na verdade, muitas delas são apenas circunstanciais e poderiam ser descartadas ou postergadas sem qualquer prejuízo. É o caso, por exemplo, de reuniões desnecessárias e uso intenso de redes sociais.
Em outras palavras, passamos muito tempo nos ocupando, mas nem sempre produzindo. E, ao tirarmos o foco das atividades realmente importantes devido a tais distrações, vemos a lista de urgências se acumulando e com prazos ‘para ontem’.
Pagar uma conta e finalizar um projeto em algumas semanas, por exemplo, podem ser tarefas importantes; mas à medida que o prazo de aproxima e não eliminamos as pendências, adicionamos um elemento de urgência e de estresse à situação.
Para evitar situações como essas, reduzir as tarefas urgentes e circunstanciais e auxiliar em nossa produtividade, algumas dicas inspiradas nos livros ‘Os 7 hábitos das
pessoas altamente eficazes’, de Stephen Covey, e ‘Getting things done’, de David Allen, podem ser extremamente úteis. São elas:
– Capturar, processar e revisar ideias. Anotar ideias e lembranças de coisas a fazer em post-its ou calendário, por exemplo, e organizá-las por prioridade e próximos passos.
– Planejar e se organizar em relação às metas e prazos. Fazer o mais importante primeiro, dizer não quando necessário e manter o foco no que é prioritário.
– Comunicar, ouvir e compreender. Escutar com empatia e compreender as necessidades das outras pessoas, de modo a estabelecer relações de ganho mútuo, buscar sinergias e evitar retrabalho.
– Se autorrenovar. Se conhecer, respirar e cuidar de nossas dimensões física, espiritual, mental e emocional, de modo a buscar o equilíbrio em meio à nossa rotina e gerenciar nossa própria energia.
Lembre-se de que a responsabilidade por nossas escolhas é apenas nossa. Você quer viver na correria de sempre ou prefere parar de correr e começar a caminhar?
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Ilustração: Ewerton de Campos Silva.
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Marina Boldrim é publicitária (USP) e especialista em Gestão de Comunicação e Marketing (USP) & Marketing Intelligence (Universidade NOVA de Lisboa). Atua na área de business intelligence e se interessa por temas de performance e comportamento. Contato: [email protected]