Como falar de ESG sem dizer ESG? O desafio do momento 'anti-woke'. Por Laura Peiter.

Estamos vivendo um momento de reação contra o ESG e temas ligados à sustentabilidade. Termos como “impacto positivo” e “agenda ambiental” viraram gatilhos para resistências de alguns líderes e empresas. Mas sabemos que a essência da sustentabilidade continua sendo fundamental para a perenidade dos negócios.

Então, como dialogar com líderes e empresas mais céticas a esses temas? Adaptando a linguagem.

Se a resistência está nas palavras, podemos trazer o mesmo conceito de outra forma, usando termos mais estratégicos e orientados ao mundo corporativo. Afinal, ESG nada mais é do que gestão eficiente de riscos e oportunidades.

Aqui está um guia prático de como traduzir ESG para um público mais pragmático e empresarial:

De → Para

1. Sustentabilidade → Eficiência operacional de longo prazo
2. Impacto positivo → Mitigação de riscos / Valor agregado
3. Mudanças climáticas → Gestão climática e de infraestrutura
4. Economia circular → Otimização de recursos e custos
5. Governança ESG → Gestão de riscos e compliance
6. Equidade de gênero → Diversificação de talentos
7. Empregos verdes → Oportunidades de inovação e novos mercados
8. Justiça climática → Redução de vulnerabilidades socioeconômicas
9. Empoderamento comunitário → Engajamento local e fortalecimento da marca
10. Bem-estar do colaborador → Produtividade e retenção de talentos
11. Modelo regenerativo → Sustentabilidade financeira e de longo prazo
12. Propósito empresarial → Diferenciação competitiva
13. Ação climática → Planejamento estratégico para resiliência de negócios
14. Transição energética → Segurança energética e competitividade
15. ESG → Estratégia de governança corporativa
16. Biodiversidade → Segurança alimentar e estabilidade de mercado
17. Impacto social → Gestão de reputação e risco regulatório
18. Net Zero → Gestão de eficiência energética e redução de custos
19. Responsabilidade socioambiental → Planejamento estratégico sustentável
20. Relatório de sustentabilidade → Transparência corporativa e comunicação com investidores

No fim das contas, o que importa não é a sigla ou o rótulo, mas o conteúdo e os resultados que ele gera para os negócios. Empresas que ignoram esses fatores não estão rejeitando ESG – estão fechando os olhos para os desafios reais do mercado e perdendo oportunidades estratégicas.

E aí, alguma outra “tradução” para o momento atual que você agregaria?

Laura Peiter é consultora de ESG na BM2B. Ajuda empresas a transformar desafios ambientais e sociais em oportunidades de negócio, alinhando sustentabilidade ao core business e à agenda global.