Desde 2020, o Observatório da Comunicação Institucional vem debatendo internamente a tese de um de seus fundadores, Marcelo Ficher – relações-públicas pela UERJ e mestre em Educação pela UFF -, que, simplesmente, propõe uma “volta à origem” – ao intento de Thomas Jefferson, em 1807, criador do termo public relations – de accountability, ou seja, de plenas satisfações públicas que um governante tem que ter para com seus concidadãos. Ficher, em sua defesa, afirma: “Auditoria de realidade – é disso que precisamos”.
Num dos trechos de referência em nossa análise da questão está escrito: “Em 1906, Ivy Lee, jornalista norte-americano, deixa a Redação e funda o primeiro escritório de divulgação (publicity) – junto à imprensa – de pautas no interesse de empresas privadas. Nunca, jamais, tais conteúdos eram tratados como news, mas – sim – press releases. Isto é algo muito importante, pois faz diferir, na origem, a atividade de Relações Públicas da atividade de Jornalismo”.
O Observatório da Comunicação Institucional encampou a tese e abre agora a sua análise. Ontem, Dia da Imprensa, demos início à divulgação externa da ideia, via uma série de vídeos, numa campanha que visa provocar a seguinte discussão: Há genuíno exercício de relações públicas por parte de entidades que representam interesses privados, seja de lucro financeiro (empresas), seja de lucro social (ONGs)? Ou há, da parte desses entes particulares, apenas discursos virtuosos “pseudo-públicos”, brandwashing para figurar bem na foto?