Na infância das organizações, propaganda; na adolescência, assessoria de imprensa; na maturidade, cidadania corporativa – objeto direto das relações públicas.
É chegada a hora da comunicação institucional dar um salto de qualidade no Brasil. Se queremos ser a quinta ou a sexta economia do mundo em 2020, temos que mudar a mentalidade ainda tosca da maioria das organizações.
Economia de recursos sem limites, falta de transparência, ‘call centers’ que não ouvem, atendimentos que não resolvem, políticos que não dão satisfação à cidadania e políticas de gestão que não valorizam a efetiva comunicação… aí vamos nós, errepês! Para estabelecer o diálogo, a real valorização do fator humano, a efetiva prestação de serviços e de satisfações ao público.
Um país desenvolvido exige das organizações cuidados com as suas relações públicas. Cidadania avançada valoriza a – e até paga mais caro – por produtos que embutem responsabilidade socioambiental que vai muito além do ‘greenwashing’.
E quando há casos de má conduta? O que fazer?
Se na área médica, recorremos ao CRM. Um mau advogado – quem o pune por seus desvios? A OAB. O viaduto desabou? Queixamo-nos ao CREA. Há, sempre, no caso de profissões regulamentadas, responsabilidade técnica em jogo. Em RP, também!
Conselhos Profissionais existem para proteger a cidadania do mau exercício profissional na área em que atuam. E, também, para coibir o uso indevido da imagem e das denominações profissionais.
E quando sentimos que a comunicação feita por uma organização nos engana, nos ilude, nos induz a erro? E quando uma concessionária de serviço público simplesmente nega fatos? E quando um órgão de governo divulga metas inatingíveis? Para finalizar: e quando uma organização sonega informação a seus acionistas e investidores, tornando-se não-transparente? Esses são casos de relações públicas. E a essas organizações será cobrado: – Quem é o responsável por sua comunicação institucional? Provavelmente, nos casos acima, não deve ser um relações-públicas, pelo menos um relações-públicas bem formado. É aí que entra em jogo o Conselho Profissional, notificando a organização, e punindo, se for o caso.
Afinal, a cidadania – numa sociedade organizada – precisa contar com parâmetros, balizas e regulação em certas áreas sensíveis. E é preciso reconhecer que a comunicação institucional – objeto precípuo da atuação dos relações-públicas – é, hoje, uma dessas áreas sensíveis.
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Esta é nossa homenagem a todos os relações-públicas brasileiros, dos estudantes aos aposentados. Para nós deste OCI, relações-públicas são os profissionais da transparência e nossa escolha de formação desvela uma parte do Bem que habita o mundo.