HOJE, 21 de novembro de 2014, é dia para não esquecermos. Ficher e eu pusemos o ponto-final no livro “100 anos de relações públicas no Brasil: rumo à cidadania plena”.
À moda de Guilherme Alf, em 2013, “colocamos a ideia na internet”. Segundo o criador do Todo Mundo Precisa de um RP, “se você põe algo na internet, você tem que fazer”.
E fizemos. Faltaram episódios, faltaram fotos, faltaram insights, faltaram – mesmo – mais colaboração e parceria. Os defeitos, porém, são de nossa inteira autoria. Mas também sobrou… Sobrou boa vontade de alguns, material interessante de outros, e o sorriso satisfeito dos entrevistados em falar de história e de futuro.
Este não é o livro dos nossos sonhos, mas o das nossas realidades.
Foi um longo e tortuoso percurso. Cheio de idas e vindas. Mas valeu a pena. Resgatou-se a dissertação de mestrado do Ficher, de 2006, e a ela somou-se a minha tese de 2012 – ainda a ser provada – de que o pleno exercício de relações públicas é caminho para a tão demandada transparência. Dos negócios, dos governos, e das organizações da sociedade civil.
O viés “educativo para a cidadania” do Ficher, e a minha “sacada” para a transparência, trazem de volta inspirações dos pioneiros que delinearam a nossa atividade: uma função gerencial, de alto nível, consultiva, liberal, e preocupada com satisfações à opinião pública. Feliz coincidência, um século depois.
Porque, lembro Drucker, qualquer organização – da estatal à particular, do governo à ONG, do conglomerado ao bazar da esquina – tem um motivo primordial para existir: servir à comunidade em que está inserida. Seja produzindo um jato, o conserto de um sapato, ou uma sopa para mendigos. Nos palácios, nos arranha-céus, e nas periferias.
Entramos exaustos no segundo século das relações públicas brasileiras… mas renovados. Vem mais luta por aí. E é preciso estar atento e forte. Não temos tempo de temer a morte.
Marcondes Neto.