Embuste, estelionato e opacidade.

transparência

Matéria de Raphael Kapa publicada na edição do jornal O Globo (P. 37) de ontem dá conta de que pesquisa feita pela FGV – a seu pedido – mostra “os principais assuntos comentados pelos internautas durante a campanha [eleitoral] deste ano” [de 2014].

“O estudo classificou as menções em seis grandes temas: Transparência, Educação, Sociedade, Saúde, Segurança e Água”.

Segundo o jornal, “fila nos hospitais, salário dos professores, corrupção, falta de água e aborto foram alguns temas que saíram dos debates eleitorais e passaram a ser discutidos nas redes sociais, segundo o levantamento”.

Será?

O último debate, na TV Globo, teve – como o próprio jornal informa em outra matéria da mesma edição – a palavra “corrupção” como a mais mencionada, uma vez que todos os candidatos a presidente voltaram suas baterias contra o atual governo (e sua mandatária, em campanha pela reeleição), no momento imerso em denúncias de corrupção.

No estado de São Paulo, o tema “água”, ou “falta de água”, tem sido o mais explorado em todos os debates – dado que as reservas de água estão abaixo de 8% da capacidade dos reservatórios (um recorde!), com racionamento – ou a falta d’água – já uma realidade em inúmeras cidades do estado e bairros da capital – o que o governador-candidato (à reeleição) não admite.

Entende-se que “transparência” seja um tema muito demandado (“e o mais demandado” de acordo com o gráfico acima, preparado pela Editoria de Arte d’O Globo para a matéria). E tão demandado quanto prometido pelos candidatos, em todas as esferas – e este OCI levantará isto, “a promessa de transparência”, oportunamente. Porém, apesar de bela e fácil palavra, “transparência” é aquilo que o Estado brasileiro NÃO tem praticado. Sob qualquer partido. Absolutamente.

De pouco adianta termos farta legislação sobre o tema, como é o caso da recente Lei de Acesso à Informação, e das normas de satisfações ao mercado enunciadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

É preciso mais. Muito mais. E este OCI acredita que tal reclamo da sociedade – a decantada transparência nos negócios – advirá da aplicação de técnicas de comunicação.

Sem comunicação ampla não pode haver transparência – é nossa opinião técnica.

Somente a aplicação das boas práticas de comunicação institucional pode dar a governos, empresas e entidades da sociedade civil a condição de transparência que a cidadania exige.