A prefeitura do Rio de Janeiro e o jornal O Globo publicaram, outra vez, imagens oníricas do resultado esperado das obras que hoje infernizam a vida do carioca. (O Globo, 26/03/2014, coluna de Ancelmo Gois, P. 14).
Dessa vez o disparate foi mais radical. Na imagem (uma ilustração digital) aparecem apenas 7 pessoas numa estação – a do aeroporto internacional Tom Jobim – Galeão – da Transcarioca. Será que no futuro as pessoas terão se mudado do Rio de Janeiro? Terá sido esta uma “situação” imaginada num inverno carioca, lá pelas três horas da manhã? Será que “no dia” da “foto” os motoristas de ônibus do Rio de Janeiro fizeram greve? Com a palavra os “parceiros” da prefeitura: Consórcio BRT, Fetranspor, Rio Ônibus…
Como se não bastasse a municipalidade “vender” mais transporte baseado em ônibus como item de contemporaneidade, ainda mente descaradamente – em termos de comunicação pública – ao tentar fazer o cidadão leitor crer numa espécie de solução final para os seus problemas “infernais” de mobilidade urbana.
Mentir – infelizmente – é algo impune, atualmente, no Brasil. Ainda.
P. S.: Na mesma edição do jornal O Globo, à página 20, noticia-se – sem crédito – mais três mortes no (“sistema alimentador” do) BRT. De crianças. Excesso de velocidade e avanço de sinal fechado. O motorista atropelador, Dimas Vitalino do Carmo, fugiu. Mas foi preso horas depois e vai responder por homicídio culposo. O jornal eximiu-se de contabilizar as perdas e fornecer a informação de quantas pessoas o moderníssimo sistema com nome em outro idioma – e “nota com foto” na prestigiada “coluna do Ancelmo” – já matou no Rio.