Marinha joga esgoto sem tratamento na baía de Guanabara.

Deu n’O Globo “on line”.

Depois de ter participado do esgoto a céu aberto que foi a ditadura militar, a Marinha continua cuidando das nossas águas…

Marinha lança esgoto na Baía de Guanabara

Atrasadas, obras de ligação de dutos à rede oficial da Cedae só devem terminar em dezembro.
Complexo histórico ancorado na Ilha das Cobras, no Centro do Rio, o Arsenal de Marinha dá um péssimo exemplo quando o assunto é respeito ao meio ambiente. Diariamente, o esgoto produzido por cerca de dez mil pessoas que circulam na base militar contribuem para poluir mais a Baía de Guanabara. De acordo com a Marinha, a conclusão das obras de ligação das redes às tubulações da Cedae — orçadas em R$ 8,24 milhões — foi adiada para dezembro deste ano. Houve atraso de um ano no processo, segundo a Marinha, pelo fato de duas licitações anteriores não terem atraído interessados. A Cedae, por sua vez, garante que a ilha está localizada numa área com acesso à rede formal há quatro anos, faltando apenas a ligação para a poluição cessar. A Marinha informou que apenas dois imóveis na ilha possuem estações de tratamento de esgoto próprias: o Hospital do Arsenal e o Edifício Almirante Gastão Mota, que abriga o gabinete do secretário-geral da Marinha no Rio. Todo o esgoto produzido por outras quatro unidades — onde funcionam o comando-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o presídio e o serviço de documentação da Marinha, além de diretorias especializadas — acaba indo parar em fossas sépticas, ajudando a poluir a baía, que será palco de competições de vela nos Jogos Olímpicos de 2016. FOSSA SÉPTICA: INACEITÁVEL. Engenheiro químico e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gandhi Giordano, explica que o sistema de fossa séptica só consegue evitar que aproximadamente 30% da matéria orgânica poluam o ecossistema. A criação desse sistema de tratamento é atribuída ao francês Jean Louis Mouras, na segunda metade do século XIX.

Sobre Marcia de Almeida

Jornalista, escritora, roteirista, videomaker e militante da cidadania. Carioca de Botafogo, e botafoguense de coração, escreveu 4 livros de ficção e foi por muito tempo correspondente internacional, quando cobriu a guerra da Bósnia. Integra a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ e, assinou mensalmente, por dois anos, no Caderno RAZÃO SOCIAL d’O Globo, a coluna Razão & Cidadania, abrangendo temas relacionados a minorias: LGBTs, pessoas com deficiência, ciganos, racismo, vítimas de intolerância, preconceito etc.