Ler para ver!

images

Caro leitor, você já passou pela seguinte situação? Abre um e-mail, o lê rapidamente, e quando o e-mail retorna percebe que o que você respondeu não era exatamente o que a pessoa havia perguntado?

Não ler o que está escrito nas mensagens corporativas tem sido um dos principais motivos de perda de tempo e aumento dos conflitos nas empresas. Não, não existe uma estatística para essa afirmação. Apenas, a constatação do bom senso. Observe a si mesmo(a): quantas vezes terminou de ler, efetivamente, uma mensagem?

Se você nunca passou por essa situação, já deve ter constatado que, em algum momento, alguém não prestou atenção no que você disse em um e-mail…

A maioria das pessoas pode pensar que, atualmente, há um aumento da capacidade comunicativa devido à quantidade de plataformas de comunicação existentes. Mas, quantidade de possibilidades de se comunicar significa ter diálogos efetivos?

Particularmente, eu acredito que não. Por dois motivos: o primeiro deles é que para se comunicar bem (a meu ver), é preciso ouvir o seu interlocutor. Ouvir mesmo, deixá-lo falar, se expressar livremente, mostrar seu ponto de vista (ainda que você discorde). E, somente depois disso, você pode expressar seu ponto de vista também, independentemente de qual seja. E quando se leva o diálogo para as novas plataformas de comunicação, esse “ouvir” significa “ler” o que foi escrito.

Mas, seja honesto, você se observa fazendo esse movimento na prática? A verdade é que a ampliação dos meios de comunicação pode, em alguns momentos, até representar justamente o contrário de uma boa comunicação no meio corporativo. Isto porque os profissionais andam com preguiça de ler tudo o que está escrito. E com razão!

Quantas vezes você é acionado por dia? Quantos e-mails recebe em seu celular? Quantas vezes um colega chama no WhatsApp? E como lidar com a comunicação diante de tantas plataformas?

Este é o segundo motivo porque acredito que uma boa comunicação não depende da quantidade de plataformas existentes. A enxurrada de aplicativos, redes sociais, intranets, e-mail (é um “tiozão” nas empresas, mas ainda muito usado e necessário), podem “roubar” a atenção justamente naquele momento em que você está mantendo um diálogo produtivo em outra plataforma de comunicação. E aí, em vez dessas plataformas todas auxiliarem, acabam atrapalhando…

Não digo que elas não ajudam, pois, podem sim facilitar a comunicação em muitos momentos. Mas quando qualquer pessoa é acionada enquanto dialoga com outro alguém, este automaticamente perde o foco de sua participação no diálogo.

Por isso, é preciso repensar a comunicação na “era” da… comunicação. Mesmo diante de uma revolução dos meios e veículos para se comunicar, é necessário manter aquele bom e velho jeitão de dialogar com alguém: prestando atenção no que está sendo dito. Tirar – mesmo – um tempo para dialogar, entender o que o outro está falando, e prestar atenção no que se vai falar e como se vai falar.

E mais, é preciso, sim, entender – e escolher – qual a melhor plataforma de comunicação para determinadas tarefas. Quer a atenção do seu chefe? Melhor conversar pessoalmente. Precisa fazer um pedido importante? Tal pedido deve ser feito por e-mail ou pela mensagem na intranet?

Em um mundo de escolhas é preciso saber… escolher. E mais, é preciso ter disciplina para se comunicar melhor. E humildade para ouvir e assumir quando não se escuta direito.

Se você acha que isto é uma perda de tempo, tente se lembrar de quantas vezes teve retrabalho porque não leu direito o que havia na mensagem.

É o que eu digo: é ler para ver!