EDUCOMUNICAÇÃO PRESENTE: A Educomunicação como ferramenta no desenvolvimento de habilidades.

É fato que a comunicação faz parte do DNA de qualquer ser humano. E não falo por comunicação imprensa, mídia. Falo da comunicação mesmo: olhar, falar, andar, gesticular, rir, chorar, entre outras reações que comunicam algo a alguém sobre alguma coisa.

Eu já citei diversos exemplos de como a Educomunicação traz um olhar mais humano e crítico aos jovens em relação aos locais que frequentam, ao que veem na sociedade e inclusive no combate às ‘fake news’. Habilidade, segundo o Dicionário Aurélio, significa qualidade daquele que é hábil, capacidade, inteligência, destreza, astúcia, manha, aptidão, engenho.

No último dia 12 de novembro apresentei uma pesquisa intitulada ‘Periferia de São Paulo aos olhos de jovens educomunicadores’ no II Congresso Internacional de Comunicação e Educação e VIII Encontro Brasileiro de Educomunicação, realizados na USP. Lá, tratei sobre alguns aspectos que não só o protagonismo social desses jovens, mas também como a educomunicação influencia no desenvolvimento das suas habilidades. Habilidades, essas, que constatei não apenas em pesquisa, mas também por minha própria atuação profissional.

Ao desenvolvermos etapas do processo de educomunicação (educar com a mídia, pela mídia e para a mídia – SOARES, 2001), podemos desenvolver habilidades necessárias para um bom convívio em sociedade e também de autoconhecimento. Se pegarmos o exemplo de uma redação, em forma de artigo jornalístico, em que um jovem precisa desenvolver sua opinião em relação a determinado tema, ou se ele e um grupo de colegas precisam, juntos, montar um breve documentário, temos – nos dois exemplos – a percepção do senso crítico (que é raramente desenvolvido no sistema convencional de ensino) e, também, o trabalho em equipe de fato – pois temos que trabalhar não apenas com divisão de tarefas, mas organização, aceitação de opiniões, escuta, calma e senso de time (isso mesmo, como um time de futebol) – juntos por um objetivo comum.

Além, claro, de habilidades técnicas: saber utilizar determinado aparelho que não sabia, compreender um assunto com maior detalhamento (imagine que meus alunos já tiveram uma aula sobre quadrinhos e, após isso, criaram os seus próprios, os quais irão para o jornal da escola, no caderno de entretenimento), escrita correta de acordo com a gramática portuguesa e, inclusive, outras matérias convencionais, tais como história, matemática, química, física, geografia, artes. É só o educomunicador ter essa visão e saber levar o aluno para um ambiente educacional (isso pode ser feito dentro de sala de aula) em que ele esteja à vontade e tenha a preparação ideal para que se desenvolver.

Gostaria de compartilhar alguns modelos que nortearam minha pesquisa e me inspiraram em minhas práticas educacionais:

Educomunicação em movimento – https://fundacaotidesetubal.org.br/midia/publicacao_388.pdf

Viração: http://viracao.org/