Os guardiões da marca.

Em texto publicado no portal www.administradores.com.br, Fernando Coelho tenta fazer a distinção entre marketing e propaganda. E o faz bem, com clareza e simplicidade. Porém, em alguns trechos parece confundir as funções de marketing com as de relações públicas, principalmente quando usa a expressão “guardião da marca da empresa”.

Cada vez mais, a marca da empresa está vinculada a atributos intangíveis, como credibilidade e reputação, muito além da qualidade, adequação e pertinência dos produtos e serviços oferecidos ao mercado. Como professor, entendo a dificuldade do Fernando. Fico pensando além, em como explicar diferenças tão sutis (e necessárias) para um público que não seja profissional de nenhuma dessas áreas. Um dia, vamos ter que enfrentar esse desafio. É da sociedade civil que saem os futuros clientes, empreendedores, gestores etc. que vão se lançar no mundo dos negócios. E a comunicação – em todas as suas vertentes – é decisiva para o sucesso das empreitadas. E se nem dentro da academia conseguimos construir e disseminar consensos sobre o papel desses profissionais, como vamos informar a população em geral?

Precisamos de um pacto pelo esclarecimento ao público das funções de cada profissional na área de comunicação. Como nos ensinou Jorge Gerdau, em sua palestra inaugural no Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa deste ano, um dos males mais nocivos ao desenvolvimento de economia brasileira é o amadorismo, que grassa em muitas áreas. Mas como acusar o empresariado nacional de amadorismo em comunicação se nós não nos entendemos sobre o papel de cada um nem dentro de casa?

http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/marketing-nao-e-fazer-propaganda/77555/

Sobre Marcelo Ficher

Bacharel em Relações Públicas pela FCS/UERJ. Mestre em Educação pela UFF. Consultor e professor do curso de Pós-graduação em Administração de Marketing e Comunicação Empresarial da Universidade Veiga de Almeida. Presidente da Comissão de Fiscalização do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).