“Com a internet e a rapidez da comunicação, consumidores e consumidoras hoje têm muita possibilidade de adquirir informações. Marcas sem engajamento social não têm futuro. O consumidor hoje quer transparência, profissionalismo e ética. O mais importante, e também o mais difícil, é construir uma relação de confiança com o consumidor…”.
Entrevista concedida a Dandara Tinoco, publicada hoje, n’O Globo (P. 2), coluna “Conte algo que não sei”. A imagem é de Mônica Imbuzeiro.
COMENTÁRIO
O executivo italiano Valerio Gargiulo fez bem a lição de casa, pois numa só resposta enfileirou, como o atacante Paolo Rossi enfileirava os beques adversários, três das “palavrinhas mágicas” do momento; transparência, ética e confiança. Vamos deixar de lado a vetusta palavra profissionalismo, e as já enfadonhas expressões “… adquirir informações…”, “… engajamento social…” e “… construir uma relação…”.
Ora, como representante de uma indústria de cosméticos – comumente envolvida em testes químicos cruéis com animais -, e, ao que tudo indica, uma empresa de capital fechado, ou seja, do tipo que não tem obrigação legal de publicar relatórios de administração, contas, balanços e notas explicativas, fica difícil crer que suas promessas sejam cumpridas. Aliás, o próprio se entrega:
– Estou estudando português e me considero um futuro brasileiro.
Que escolha bem o tipo de brasileiro que se quer tornar, o economista. Há “belos” exemplos a não seguir.
Em Tempo: A ideia expressa no título da matéria é válida, relevante, verdadeira e positiva. Mas das empresas precisamos mais que slogans e bonitos discursos. Há que constatar, na prática, ações que deem corpo a tão nobre ideário.