Controle interno é desafio para empresas. Mecanismos para inibir corrupção serão vitais para que companhias sobrevivam...

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…, afirma especialista. Compliance é um termo da língua inglesa de tradução difícil. Alguns falam em cumprimento, outros em integridade ou até mesmo aderência. O procurador regional da República Artur Gueiros, especialista no tema, prefere defini-lo como um conjunto de princípios que está sacudindo a administração pública e o mundo corporativo.

Leia a íntegra da matéria de Chico Otávio publicada n’O Globo de hoje (P. 8) – http://oglobo.globo.com/brasil/mecanismos-para-inibir-corrupcao-serao-vitais-para-que-companhias-sobrevivam-afirma-especialista-14888969

COMENTÁRIO

Conheci o termo compliance – de compliance test – em 1980, quando ingressei na – hoje extinta – empresa de auditoria Arthur Andersen. No curso de introdução à auditoria, cumprido em duas semanas de imersão em Serra Negra, interior paulista, aprendi que uma auditoria contábil-financeira compunha-se – na base – de dois tipos de testes; o substantivo (substantive test), que consistia num exame integral, em todas as transações de uma determinada operação sob análise; e o teste de aderência (compliance test), que testava a aderência das operações realizadas (em cumprimento) às normas estabelecidas. Nesse tipo de teste, não importa se um resultado é obtido, por exemplo. Importante é checar se a operação foi feita de acordo com padrões (standards) e princípios (principles) geralmente aceitos (ou universalmente aceitos) – isto porque nem sempre as regras nacionais coincidem com as internacionais.

Quando alguém, hoje, menciona o termo compliance de forma solta, está claro que o faz mais para “aparecer” e “jogar uma cortina de fumaça” sobre algo bastante simples – e muito antigo – em termos de conduta. “Modernidades” de ocasião, tais como “reengenharia”, “entrega de valor”, “qualidade total”, “endomarketing”, “capital humano”, “branded content” e “inovação”, sobretudo quando ditas em inglês, querem soar como algo especial e não como aquilo que realmente se deveria querer – e praticar: reestruturação de uma operação, controle de qualidade em conformidade com princípios pré-estabelecidos, comunicação interna, RH, comunicação e imagem de marca, e pesquisa & desenvolvimento… coisas bastante presentes no dia-a-dia de quem trabalha… há séculos.

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).